Na Europa do século XI, propagou-se um dos costumes mais bizarros da história: comer partes de múmias como remédio para curar doenças. De acordo com arqueólogos, esse costume começou a partir de uma série de mal-entendidos e do erro de tradução de uma palavra de origem persa: "mummia".
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A mummia, em forma de óleo, era uma substância negra derivada do alcatrão à qual os persas atribuíam propriedades curativas milagrosas. O problema é que alguns tradutores dos séculos XI e XII acreditaram que a palavra "mummia" se referia a corpos mumificados conservados nas tumbas egípcias. Dessa forma, a sociedade europeia daquela época, que já estava fascinada com as descobertas do Antigo Egito, acreditava que as múmias tinham poderes curativos.
Durante os séculos seguintes, houve um comércio ilegal de múmias na Europa para serem usadas na medicina. O consumo de pó de múmia ou de partes moídas de corpos era prescrito pelos médico para tratar doenças, desde dores de cabeça até a peste bubônica. Para a elite, comer pó de múmia parecia um remédio apropriado para a realeza, já que os médicos afirmavam que o produto era feito de faraós.
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Mas a prescrição do medicamento bizarro não era unânime entre os profissionais da época. Guy de la Fontaine, médico do Reino da Navarra, duvidava que o pó de múmia fosse um remédio útil e eficaz. Além disso, em 1564 ele viu que o remédio estava sendo falsificado em Alexandria. Na falta das múmias egípcias verdadeiras, o pó era feito com corpos de camponeses que haviam morrido recentemente.
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Os avanços científicos do século XIX fizeram com que o costume macabro caísse em desuso. Apesar disso, até o fim da primeira década do século XX, alguns médicos ainda utilizavam cabeças de múmia para tratar doenças neurológicas.
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