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Drex será o nome do real digital; entenda como vai funcionar

O real digital não é uma criptomoeda, mas uma representação do real na plataforma digital, que pode ser usado para pagamentos, compra e venda de um bem, ou para a tomada de empréstimos

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Imagem ilustrativa da notícia Drex será o nome do real digital; entenda como vai funcionar camera A Drex dará um passo a mais na família do Pix, diz BC em nota | ( Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (7) o nome oficial do real no formato digital. Será Drex, marca que evoca as palavras “digital”, “real”, “eletrônico” e “transação”. Segundo o coordenador da iniciativa no Banco Central, Fabio Araujo, a nova moeda digital dará “um passo a mais na família do Pix”.

Durante transmissão ao vivo online, Araujo explicou que o real digital não é uma criptomoeda, mas uma representação do real na plataforma digital, podendo ser usado para pagamentos, compra e venda de um carro ou um imóvel, para a tomada de empréstimos, dentre outras transações bancárias.

Segundo Araujo, a economia no mundo já está toda “tokenizada”, com músicas, obras de arte e ativos financeiros no meio digital cuja autenticidade é assegurada por um token.

Para o coordenador do real digital, as moedas digitais dos bancos centrais é o passo que falta para completar essa transição da economia de forma mais segura.

A expectativa é que a nova moeda digital brasileira democratize o acesso aos serviços financeiros, baixando o custo de produtos, como empréstimos e seguros, e facilitando o ingresso no ambiente dos investimentos, aumentando, assim, a bancarização no Brasil.

“Esperamos que o real digital permita que os produtos [financeiros] já oferecidos hoje possam ir na direção das necessidades das pessoas, com mais variedade e a um custo mais baixo”, disse Araujo.

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Segundo o coordenador da iniciativa, a automatização de processos será responsável por essa redução de custos e inclusive é o que diferenciará o Drex do Pix. “O Pix está ligado no sistema financeiro tradicional, e tem todos os custos de operacionalização e de recuperação de crédito. E, nesse ambiente [Drex], a operacionalização já faz parte da tecnologia, e a recuperação de crédito é simples”, explica.

Um exemplo de como a plataforma do Drex pode ser usada no dia a dia é na intermediação da comercialização de um carro ou um imóvel. Com a moeda digitalizada será possível realizar o processo de venda e compra de uma forma mais segura e confiável, retirando os custos com os intermediários.

Sem estabelecer data para o lançamento do Drex, o chefe de Segurança Cibernética e Inovação Tecnológica do BC, Aristides Cavalcante, explicou que, neste início da fase de testes, há um grande desafio a ser superado: o da privacidade, algo não assegurado hoje pelas blockchains das moedas digitais que já existem, como o Bitcoin.

Segundo Cavalcante, para o sucesso da plataforma, é preciso assegurar que ela esteja de acordo com as exigências do sigilo bancário, e da Lei Geral de Proteção de Dados, para impedir que terceiros abram e rastreiem todas as transações bancárias da população.

“Quando se oferece uma plataforma regulada, com todos os atores bem reconhecidos, a gente traz uma vantagem”, diz Cavalcante.

Ainda segundo Cavalcante, a paralisação de funcionários do Banco Central também pode afetar o calendário de desenvolvimento da Drex, assim como acontece com outros serviços do BC.

ENTENDA A MOEDA DIGITAL BRASILEIRA

P. - O que é o real digital?

Aristides Cavalcante - É uma CBDC (Central Bank Digital Currency), ou seja, uma moeda digital emitida por Banco Central. Ela é uma nova forma de representação do real e poderá ser convertida em outras formas de pagamento disponíveis hoje, pois terá o mesmo valor do dinheiro tradicional.

P. - Como será a versão brasileira da CBDC?

A.C. - O real digital em si será voltado para atividades de atacado, enquanto a população terá acesso ao real tokenizado. Nesse caso, a representação digital da moeda brasileira será o token de um depósito mantido por instituições financeiras ou instituições de pagamento.

P. - Quais as diferenças do real digital para as criptomoedas e stablecoins?

A.C. - O real digital é a expressão eletrônica da moeda brasileira, enquanto criptomoedas e stablecoins são de emissão privada e, em geral, não dispõem de regulação. Criptomoedas, como bitcoin e ethereum, apresentam grande volatilidade. Já stablecoins buscam corrigir esse problema atrelando seu valor, em geral, a uma moeda soberana.

P. - Qual a diferença entre uma moeda digital de varejo e de atacado?

A.C. - Uma moeda digital de atacado é voltada para transações de valores elevados, envolvendo bancos, cooperativas, instituições de pagamento e eventualmente grandes empresas. Já uma moeda digital de varejo busca atender às necessidades de indivíduos e empresas de todos os portes, podendo ser utilizada para pagamentos e para operações financeiras cotidianas em quaisquer faixas de valores.

P. - O que o real digital traz de novidade?

A.C. - Além de poder ser utilizado em conjunto com contas bancárias, contas de pagamentos, cartões e dinheiro em espécie, ele permitirá acesso a serviços financeiros que estão sendo desenvolvidos com base em novas tecnologias, como contratos inteligentes e dinheiro programável (valor monetário digital que pode ser programado para ser gasto somente para determinada finalidade).

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