O padre Airton Freire de Lima, de 67 anos, e mais três funcionários se tornaram réus após o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) aceitar denúncia por crimes sexuais cometidos pelos suspeitos no município de Arcoverde, no sertão de Pernambuco.
De acordo com uma nota divulgada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o caso será investigado sob sigilo de justiça para "preservar a intimidade das vítimas". Por conta disso, a Polícia Civil não detalhou o crime sexual previsto em lei que os religiosos foram acusados.
"Não podemos divulgar informações sobre seus respectivos trâmites, decisões, julgamentos ou recursos, ficando o acesso aos dados limitado apenas às partes envolvidas e aos seus advogados/representantes legais", diz a Corte.
O padre, que é criador da "Fundação Terra", teve a prisão preventiva decretada no dia 14 de julho, em Arcoverde. Airton, no entanto, ficou apenas oito dias no Presídio Advogado Brito Alves. Após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o sacerdote foi encaminhado ao Hospital Memorial Arcoverde no dia 24. Já no dia seguinte, foi para a UTI do Hospital Português, em Recife, onde permanece até hoje.
Além de padre Airton, que responde ainda a três inquéritos por denúncias de outras vítimas, também se tornaram réus o motorista do religioso, Jailson Leonardo da Silva, de 46 anos; Landelino Rodrigues da Costa Filho, de 34 anos, responsável por filmar missas e eventos na Fundação Terra. Outro funcionário ainda não identificado pela justiça que responde pelo crime de falso testemunho, não teve prisão decretada.
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MOTORISTA
O motorista é acusado de estupro pela personal stylist Sílvia Tavares de Souza, 53 anos. De acordo com a vítima, Jailton a estuprou enquanto o padre apenas olhava e se masturbava. O crime teria sido praticado durante um retiro religioso em agosto de 2022.
Conforme o depoimento de Sílvia, Airton a teria chamado para sua casa com o intuito de receber uma massagem. Assim que chegou, ela percebeu que o vigário estava sem roupa.
A polícia ainda não informou os indícios de envolvimento de Landelino nos crimes sexuais.
DEFESA
Em nota, a defesa do padre disse que o mesmo é inocente, inclusive afirmando a existência de "provas técnicas e testemunhais". Conforme os advogados, “as provas, infelizmente, não podem ser ainda relevadas pelo fato de as investigações estarem sob segredo de justiça".
"A prisão preventiva do padre fere a legislação brasileira e o direito internacional pelos fatos já expostos à imprensa. O religioso, um homem doente de 67 anos, nunca tentou impedir as investigações, não coagiu testemunhas, nunca representou ameaça de cometimento de crimes e se apresentou espontaneamente à Justiça", diz um trecho da defesa.
DEFESA DE OUTROS SUSPEITOS
A defesa de Jailson Leonardo da Silva alegou não ter tomado conhecimento das denúncias do MPPE e por isso não se manifestou. Já a de Landelino não se pronunciou sobre a decisão da Justiça, e tampouco há informações sobre quem faz a defesa cinegrafista.
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