A CPI do 8 de Janeiro revelou novas informações sobre o caso das joias recebidas pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro. Devido a novos fatos que vieram à tona e a tentantiva de pessoas ligadas a Bolsonaro deturparem informações durante a investigação, juristas afirmam que o politico pode vir a sofrer consequências.
Em entrevista ao UOL News desta sexta-feira (11), o jurista Miguel Reale Jr. disse que já existem elementos suficientes para a prisão preventiva de Bolsonaro, principalmente pela obstrução de provas no caso do relógio vindo da Arábia Saudita.
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"Alguns elementos de prisão preventiva aparecem porque a prisão preventiva se justifica para evitar que pessoa com poder, nesse caso, posa interferir para evitar a obtenção de provas. E esse fato da recompra do relógio, que é obstrução de provas, sem dúvida nenhuma, justificaria uma prisão preventiva", disse Reale Jr.
O jurista relembrou também que o próprio Bolsonaro afirmou sobre a origem do relógio de que a peça não foi apropriada e o objeto foi recomprado para ser apresentado ao TCU, segundo investigação da PF. Por outro lado, Reale Jr. diz que seria melhor que um possível pedido de prisão preventiva visse fundamentado em relação a acontecimentos futuros.
"Eu gostaria que a prisão preventiva viesse fundamentada com relação a novos acontecimentos possíveis de deturpação da prova para que não se faça uma prisão preventiva por atos passados. Mas creio que o que aconteceu com relógio demonstra que ele tem capacidade de intervenção para deturpar apurações", finalizou.
NOVO DEPOIMENTO DE BOLSONARO
Ainda na entrevista, Reale Jr. disse que as novas provas na CPI tornariam um novo depoimento de Jair Bolsonaro mais significativo, devido ao avanço das investigações.
"Bolsonaro já foi chamado a depor com relação as joias, mas agora os fatos se acumulam. Esses últimos acontecimentos, com envolvimento de um general de grande respeitabilidade, mas que se prestou a auxiliar seu filho, estavam envolvido os membros de sua segurança particular, seu advogado, é todo um conjunto. Agora é muito mais significativo chamar Bolsonaro para depor", afirmou o jurista.
Para Miguel Reale também é importante saber para onde foi o dinheiro decorrente da venda desse relógio.
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