'Dia 8 de janeiro, passei a manhã em casa. Recebi uma ligação do senhor Saulo Cunha [ex-diretor da Abin]. Ele relatou a possibilidade de intensificação das manifestações. Em seguida, troquei informações por telefone com a coronel Cíntia, da Polícia Militar. Ela me disse que estava tudo calmo", foi isso que disse o general das Forças Armadas e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República Gonçalves Dias, no início de seu depoimento a CPI do 8 de Janeiro, nesta quinta-feira (31).
O general, que estava naquele domingo na sede dos Três Poderes, ligou para a PM de Brasília para falar sobre um alerta da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a intensificação das manifestações, mas uma coronel falou que estava "tudo calmo". Puro engano...
Na ocasião, centenas de vândalos depredaram e danificaram a estrutura dos três poderes, quebrando vidros, furando pinturas e destruindo parte do patrimônio e da história brasileira.
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Durante o depoimento, o militar disse que deveria ter sido "mais duro", com os vândalos, mas que não daria para "sair batendo nas pessoas". Mas de acordo com o senhor de 71 anos, a maior responsabilidade foi da PM do Distrito Federal, pela mal planejamento da operação.
"Tendo conhecimento agora da sequência dos fatos que nos levaram até aquelas agressões de vândalos e, também, da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis e militares de segurança pública, seria mais duro do que fui na repressão", disse.
"Faria diferente embora tenha plena certeza que envidei todos os esforços e ações que estavam ao meu alcance para mitigar danos. O mais importante: preservar vidas de cidadãos brasileiros sem derramamento de uma gota de sangue", completou G. Dias.
Uma sindicância interna do GSI afirmou que o ex-ministro não cometeu irregularidade, mas os parlamentares de oposição tentam emplacar a tese de que houve omissão do GSI no dia dos atos golpistas.
G. Dias também comandou a pasta durante os dois primeiros governos do presidente Lula, de 2003 a 2010. O depoimento retorna a partir das 15h.
Bate boca antes do depoimento
Pouco antes do início do depoimento, o presidente da CPI, Arthur Maia, ameaçou expulsar os deputados bolsonaristas André Fernandes (PL-CE) e Abilio Brunini (PL-MT) da sessão. A confusão começou depois que os dois parlamentares interromperem a fala da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
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