A metalúrgica Tex Tarugos para Extrusão Ltda, destruída pela explosão de uma caldeira nesta sexta-feira (1°), em Cabreúva (78 km de SP), já havia sido denunciada ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) pelo descumprimento de cinco normas de segurança. Quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
Segundo Ubiratan Vieira, chefe de fiscalização da região, os proprietários da fábrica foram notificados poucos dias antes do acidente. Eles deveriam apresentar documentos comprovando regularidades.
Em inspeção realizada neste sábado (2), fiscais puderam confirmar algumas das denúncias, como inadequações nas instalações elétricas e falta de equipamentos de proteção contra incêndio --a equipe encontrou apenas três extintores meio aos escombros, todos com a data de validade expirada.
Procurada pela reportagem no telefone informado na internet e depois também por email, a empresa não respondeu às tentativas de contato. Segundo Vieira, do MTE, os quatro donos da empresa estão internados, um deles em estado grave.
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O MTE também verificou que não havia sinalização de segurança no local. Além disso, máquinas e equipamentos antigos não tinham registro de manutenção. As irregularidades podem levar a multa superior a R$ 120 mil, estima o chefe de fiscalização.
"Nós também tivemos denúncia de excesso de jornada, algo que também pode levar ao acidente de trabalho", disse Vieira.
As causas do acidente, que se iniciou com a explosão de uma caldeira, são investigadas pela Polícia Civil, em inquérito instaurado pelo 1º DP de Cabreúva. Os laudos periciais estão em andamento.
Ao todo, 41 pessoas estavam no local, entre funcionários e donos da empresa. Na tarde dest sábado, 21 feridos continuavam internados, segundo o governo do estado. Os trabalhos do Corpo de Bombeiros foram encerrados neste sábado.
Uma força-tarefa do MTE deve dar continuidade ao trabalho de fiscalização nesta segunda-feira (4).
Segundo a Prefeitura de Cabreúva, a fábrica não tinha alvará de funcionamento, nem AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).
A empresa também teve licença de operação negada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado), no mês passado, por não atender exigências do órgão durante o processo de licenciamento ambiental. A metalúrgica acabou multada duas vezes no último dia 15 de agosto por funcionamento irregular.
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