Cientistas da Dartmouth College, nos Estados Unidos, conduziram um estudo sobre a condição que acomete Claudio Vieira, um brasileiro com Artrogripose Múltipla Congênita (AMC), condição que o fez nascer com pernas atrofiadas, braços colados no peitoral e a cabeça virada para trás e invertida.
O estudo foi feito com o objetivo de entender como a orientação dos rostos afeta o reconhecimento. Claudio, que nasceu com graves limitações físicas, possui uma notável capacidade de reconhecer rostos, mesmo quando estão invertidos.
Os cientistas observam que nossa habilidade com rostos verticais parece ser resultado de uma combinação de mecanismos evolutivos. “Quase todo mundo tem muito mais experiência com rostos verticais e ancestrais cuja reprodução foi influenciada pela sua capacidade de processar rostos verticais, por isso não é fácil separar a influência da experiência e dos mecanismos desenvolvidos adaptados para rostos verticais em participantes típicos”, disse Brad Duchaine, autor principal do estudo e psicólogo da Dartmouth College.
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Os pesquisadores têm conhecimento de que nossa habilidade de reconhecer rostos diminui quando um rosto está girado 180 graus. No entanto, sempre foi uma tarefa desafiadora determinar se essa queda na capacidade se deve a mecanismos evolutivos que moldaram as nossas habilidades de processamento facial ou porque a maioria de nós interage principalmente com pessoas e as enxerga com os rostos na posição vertical.
Diante disso, os especialistas americanos começaram então a questionar como a perspectiva única de Cláudio em relação aos rostos afeta sua capacidade de detecção e correspondência facial.
Os resultados do estudo revelaram que Vieira foi mais preciso do que os controles com detecção invertida e julgamentos do efeito Thatcher (ou seja, com o rosto invertido), mas obteve pontuação semelhante aos controles de identidade facial.
Para os pesquisadores nossa habilidade de reconhecer rostos em posição vertical é influenciada por uma combinação de fatores, incluindo mecanismos evolutivos e experiência pessoal.
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Duchaine, o autor principal do estudo, destacou: “Como Cláudio parece ter mais experiência com rostos verticais do que com rostos invertidos e ele viu rostos de um ponto de vista invertido, é revelador que ele não se sai melhor com rostos verticais do que com rostos invertidos para detecção de rosto e rosto”.
Os cientistas enfatizam a necessidade de pesquisas adicionais para compreender as diferenças entre o reconhecimento de rostos na posição vertical e invertida, bem como outros aspectos do julgamento que as pessoas fazem ao observar rostos, como expressões faciais, idade, sexo e confiabilidade.
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