A 12ª turma do TRF da 1ª região, nos termos do voto da relatora, desembargadora Federal Ana Carolina Roman, reformou a sentença do juízo Federal da 2ª vara da seção judiciária do Acre que anulou um auto de infração imposto pelo Ibama a um homem acusado de desmatar quatro hectares de floresta amazônica.
Na decisão da 1ª instância, o magistrado discordou da multa ambiental considerando, principalmente, que a área desmatada não é classificada como de especial proteção, uma vez que, segundo o juiz, não existe norma específica que discipline a Floresta Amazônica como área de proteção especial.
Ao analisar o recurso do Ibama contra a sentença, a desembargadora Federal ressaltou que a evolução histórica da legislação brasileira evidencia crescente preocupação do Estado brasileiro com a proteção do bioma da Amazônia.
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Além disso, no plano internacional o Estado brasileiro assumiu, por meio de tratados e acordos, com status de lei ordinária, compromissos perante a comunidade internacional dos quais se extraí o dever de proteção e preservação do bioma Amazônia, ressaltou a magistrada.
Diante desse contexto, para a relatora Ana Carolina Roman, "não se permite supor, após décadas de evolução e aprimoramento da legislação interna quanto à necessidade de especial proteção da Floresta Amazônica e da contínua e reiterada atuação do Estado brasileiro em prol dessa proteção, pelos mais diversos instrumentos jurídicos e administrativos, e, finalmente, depois de todos os compromissos internacionais assumidos, que a Floresta Amazônica não gozaria de especial preservação, sobretudo quanto aos deveres do Poder Público de fiscalização e repressão do desmatamento de sua vegetação nativa, que é, aliás, a maior ameaça a esse bioma".
A magistrada considerou ainda que uma vez constatado, pela fiscalização ambiental, que houve desmatamento irregular, isto é, fora dos índices permitidos pelo Código, e que o terreno se situa em área da Floresta Amazônica, não apenas em área da Amazônia Legal, deve ser reconhecida a infração prevista no art. 50, do decreto 6.514/08.
A decisão do colegiado foi unânime acompanhando o voto da relatora.
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