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INVESTIGAÇÃO

Saiba quem é Ramagem, alvo de operação sobre espionagem

Deputado federal pelo PL foi diretor da Abin no governo de Jair Bolsonaro

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Imagem ilustrativa da notícia Saiba quem é Ramagem, alvo de operação sobre espionagem camera Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin e atual deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro | Foto: Pedro Ladeira /Folhapress

Documentos em posse da Polícia Federal na operação Última Milha indicam que servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) lotados no CIN (Centro de Inteligência Nacional) utilizaram o software espião FirstMile durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Deputado federal pelo PL e pré-candidato do partido à Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem foi alvo nesta quinta-feira (25) de operação da PF que investiga o uso de um software espião pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Bolsonaro.

Ramagem foi chefe da agência no período em que monitoramentos ilegais feitos com o software FirstMile teriam ocorrido.

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Segundo a investigação da PF, ele também teria sido pressionado por dois agentes da Abin, que ameaçaram divulgar o uso ilegal do software se fossem demitidos em razão de um processo que apurava uma fraude licitatória no Exército.

No total, a operação desta quinta tem como alvo sete policiais. Ela é uma continuação da Última Milha, iniciada em outubro de 2023.

De acordo com a PF, o objetivo da ação é investigar uma "organização criminosa que se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial".

Veja quem é Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin e atual deputado federal pelo PL investigado pela Polícia Federal.

Delegado da PF

Delegado da PF desde 2005, Ramagem comandou a Divisão de Administração de Recursos Humanos, a de Estudos, Legislações e Pareceres e coordenou eventos como a Conferência das Nações Unidas Rio+20 (2012) e a Copa do Mundo (2014).

Na Operação Lava Jato, ele integrou a equipe responsável pela investigação e inteligência de polícia judiciária, em 2017. Em uma das ações ocorreu a prisão de integrantes da cúpula da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Em 2018, assumiu a Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Federal, como substituto. Em seguida, foi para Secretaria de Governo.

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Ramagem também conduziu uma operação que gerou o primeiro relatório sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro investigado por atuar em "rachadinhas" no gabinete do político na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Clã Bolsonaro

O ex-diretor geral da Abin é considerado um homem de confiança da família Bolsonaro. Ele se aproximou do ex-presidente e de seus filhos em 2018, ano em que fez a segurança de Jair Bolsonaro, então candidato a presidente.

Ramagem também é próximo de Carlos Bolsonaro. O filho 02 do ex-presidente teria sido um dos responsáveis por validar sua indicação ao cargo de diretor da Abin, que Ramagem assumiu em junho de 2019.

Antes de entrar no cargo, Ramagem era assessor especial da Secretaria de Governo do general Carlos Santos Cruz.

Nomeação suspensa

Em abril de 2020, Ramagem chegou a ser escolhido pelo ex-presidente para comandar a Polícia Federal, mas teve a nomeação suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Na época em que Bolsonaro tentou colocar Ramagem no cargo, o então ministro da Justiça Sérgio Moro acusou o ex-presidente de querer trocar a direção da PF para ter acesso a conteúdo confidencial da organização.

Também no período, a PF havia identificado um dos filhos do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), como articulador de um esquema de fake news.

Jair Bolsonaro já rebateu críticas sobre o fato de querer nomear para o comando da PF alguém que tinha relação próxima com os filhos.

"E daí? Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso, deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?", afirmou Bolsonaro na época.

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