O Ministério da Justiça afirmou neste sábado (16) que realizou a transferência de 14 detentos entre penitenciárias federais, como parte do rodízio periódico organizado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais.
"A Diretoria do Sistema Penitenciário Federal realizou, entre quinta (14) e sexta-feira (15), o rodízio periódico de 14 presos entre as cinco penitenciárias federais do país. O objetivo é garantir o enfraquecimento dos líderes do crime organizado", afirmou a pasta, em nota.
Segundo o ministério, a atividade é praxe. Não foram informadas razões especiais que pudessem ter motivado as transferências nem quais pessoas foram trocadas de penitenciária. Também não foram mencionados quais são os presídios ou estados envolvidos.
"Ressalta-se que o remanejamento de presos no âmbito do sistema penitenciário federal é medida importante para seu perfeito funcionamento, pois visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos, além de dificultar e enfraquecer possíveis vínculos nas regiões onde se encontram as penitenciárias federais", afirma o ministério.
"É importante salientar que a movimentação dos internos é parte da rotina das unidades e, por questões de segurança, a Senappen não informa a localização dos presos, nem detalhes dessas operações", completa a nota.
Na última quinta, a fuga de duas pessoas do presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, completou um mês, expondo as dificuldades enfrentadas pelo governo na recaptura dos detentos.
Nesse intervalo, os fugitivos já mantiveram uma família como refém, foram avistados em comunidades diversas, se esconderam em uma propriedade rural e agrediram um homem na zona rural de Baraúna (RN).
Investigadores conseguiram mapear nesse período uma rede de apoio fora do presídio, que estaria sendo bancada pela facção criminosa Comando Vermelho. Os agentes não descartam a possibilidade de que os fugitivos continuem recebendo ajuda, até mesmo de moradores locais.
Segundo a Polícia Federal, sete pessoas já foram presas desde o início da operação nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, sendo que seis tiveram ligação com as fugas.
Investigadores apontam que os fugitivos foram vistos pela última vez quando invadiram um galpão na madrugada do dia 3 de março e agrediram um agricultor que estava dormindo no local. Mais de dez dias se passaram sem que houvesse indícios mais fortes do paradeiro.
Os policiais também reclamam de uma suposta demora na operação.
A Polícia Federal teria impedido que outras forças de segurança fizessem ações. Um outro ponto problemático apontado por investigadores é que um helicóptero acompanhou as viaturas que foram para a região, chamando a atenção e dando a oportunidade para que os bandidos pudessem fugir.
Pessoas que trabalham nas buscas também disseram que durante esse período de buscas houve muita vaidade entre as forças de segurança e havia uma disputa sobre qual força pegaria os fugitivos.
Além disso, nos primeiros dias houve dificuldade de comunicação entre as polícias tendo em vista que os rádios comunicadores não estavam na mesma frequência. Houve também o caso de um drone que conseguiu captar a movimentação de um ponto de calor e descarregou durante a operação.
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