A Polícia Civil está conduzindo uma investigação sobre o pastor Dagmar José Pereira, da Igreja Assembleia do Reino de Deus, em relação a supostos abusos sexuais cometidos contra mulheres da congregação. Os casos teriam ocorrido nos estados de Goiás e Pará.
As acusações vieram à tona depois que a estudante Isabella Sâmara, residente em Goiânia, começou a compartilhar os relatos das vítimas em suas redes sociais. Isabella, que frequentava a igreja desde jovem e conhecia o pastor, sentiu-se obrigada a agir após receber diversas denúncias de abusos cometidos por ele.
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Ela reuniu vários depoimentos de mulheres que afirmam terem permanecido em silêncio por anos após os abusos, mas que, inspiradas pela coragem de Isabella, decidiram contar suas histórias também.
As histórias das vítimas são perturbadoras. Uma delas relata que o pastor abusou dela durante um retiro, apertando sua bunda e fazendo abraços desconfortáveis. Outra jovem afirma que ele a ameaçou, dizendo que se ela falasse, seria excluída da igreja e isolada pelos outros membros. Segundo Isabella, algumas das vítimas eram adolescentes na época dos abusos.
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“Um desses depoimentos que mais me marcou foi o de uma mulher que contou a ele, em confissão, em segredo de sacerdócio, sobre um trauma anterior. Ela havia sido abusada. Ela disse a ele que não gostava que tocassem em seus seios devido ao trauma. Em vez de oferecer apoio, ele usou essa informação para abusar dela ainda mais. E pegou nos seios dela para 'fazer a comprovação' de que ela teria realmente aflição ao ser tocada”, relatou Isabella.
A situação se intensificou quando Isabella começou a receber mensagens intimidadoras, incluindo ameaças do filho do pastor. Apesar do medo, a jovem disse que se recusou a ser silenciada e continuou a dar voz às vítimas em suas redes sociais.
Até o momento, duas mulheres prestaram depoimento na Delegacia da Mulher de Goiás. A Polícia Civil do Pará não divulgou o número de mulheres que se apresentaram à Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente de Parauapebas.
Isabella acredita que muitas vítimas ainda têm medo de denunciar formalmente à polícia devido à manipulação e controle exercidos pelo pastor ao longo dos anos.
Advogados para a causa
Para fornecer suporte jurídico a Isabella e às vítimas, o empresário e pastor Márcio Bieda Júnior destacou três advogados em Goiás e no Pará. Ele está ajudando a coordenar as denúncias, embora seja difícil obter provas concretas devido à idade dos casos, que ocorreram entre 10 e 15 anos atrás.
Uma das denunciantes fazia parte da família do pastor. Após várias reclamações contra ele, ele foi transferido para Parauapebas, onde continuou a cometer abusos. Bieda Júnior prometeu apoiar as vítimas até o fim.
“Ele era da Assembleia de Deus de Anápolis (GO). Muitas mulheres reclamaram dele às lideranças na época, o que resultou em sua transferência para Parauapebas, onde ele continuou a agir. Vamos ajudar essas moças até o fim. Seremos a voz que elas não tiveram esses anos todos”. Destacou Márcio Bieda Júnior.
Bruna Tomaz, uma das advogadas contratadas por Bieda Júnior, informou que não pode comentar muito sobre o caso devido ao sigilo das investigações. No entanto, foi relatado que há cerca de 50 vítimas, embora nem todas tenham registrado ocorrências policiais. Algumas vítimas estão com medo de denunciar devido à proporção que o caso tomou.
DENUNCIE
- Confira formas de denunciar a violência sexual contra crianças e adolescentes:
- Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente (Deaca)
- Disque 100 - ligação gratuita
- CRAS - Centro de Referência de Assistência Social
- CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social
- CT - Conselhos Tutelares
- Ministério Público
- Delegacias de Polícia
- Se desejar, as denúncias relacionadas à violação dos direitos humanos podem ser feitas virtualmente pelo canal: new.safernet.org.br/denuncie.
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