Após 32 anos de exposição de animais em circo e parque, o Beto Carrero World, em Santa Catarina, encerrou as atividades do seu zoológico em 27 de junho, deixando um mistério que intriga especialistas, ONGs e protetores: o destino dos animais. Não há informações se serão vendidos, transferidos para outros zoológicos ou encaminhados a santuários.
A administração do local não divulga o destino dos animais nem confirma quantos ainda permanecem. Em resposta através de sua assessoria de imprensa, o estabelecimento mencionou que a decisão de fechar o zoológico foi tomada há alguns anos, e a transição está em curso. Ao longo das três décadas de operação, o parque abrigou 237 espécies diferentes, totalizando mais de mil animais.
O Ibama não possui registros de transferências dos animais no SisFauna (Sistema Nacional de Gestão de Fauna Silvestre), e afirmou que a responsabilidade pela transição dos animais é do IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina). O IMA, por sua vez, revelou poucas informações, mencionando apenas que desde 2023 cerca de 260 animais, incluindo aves, mamíferos e serpentes, foram transferidos para outros locais.
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Atualmente, ainda estão no empreendimento 86 animais, como girafas, tigres e aves, cujo destino deve ser decidido até o final deste ano, segundo nota oficial que enfatiza a política do parque de não divulgar para onde os animais serão destinados.
Consultados, o Zoológico de São Paulo e o Zoo Pomerode afirmaram que não estão previstos para receber animais do Beto Carrero. O Rancho dos Gnomos, um dos maiores santuários de animais do Brasil, também não foi contatado sobre o assunto, conforme declarou Silvia Pompeu, uma das responsáveis pela ONG, que resgata e reabilita animais vítimas de tráfico, apreensões e exploração comercial.
Este santuário, sem fins lucrativos e não aberto ao público, é dedicado à reabilitação e educação ambiental de animais silvestres maltratados, oferecendo-lhes tratamento veterinário e um ambiente seguro para uma vida tranquila, longe da exposição pública.
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O fechamento do zoológico do Beto Carrero também foi marcado por controvérsias, como a realização de uma rave nas proximidades dos animais, que gerou questionamentos judiciais. A médica veterinária Vania Plaza Nunes, que inspecionou o local em 2012, destacou preocupações com as condições antigas do zoológico, falta de isolamento acústico adequado e enriquecimento ambiental insuficiente para os animais.
Sobre o encerramento das atividades do zoológico, Vania expressou surpresa e críticas ao sigilo em torno do destino dos animais, enfatizando a escassez de santuários no Brasil capazes de recebê-los e questionando os motivos da falta de transparência por parte da administração do parque.
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