De acordo com o relatório publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Brasil registrou 1.463 casos de feminicídio em 2023, o que alerta para uma crescente nesses tipos de crimes contra a mulher.
Mais uma tragédia de gênero chocou a cidade de Monteiro, na Paraíba, no último domingo (14), quando Maria Vitória dos Santos, uma jovem de 15 anos, foi morta a tiros pelo empresário Gilson Cruz de Oliveira, de 56 anos. O crime ocorreu na residência do suspeito, situada no Loteamento Apolônio, no bairro Bernardino Lemos, após uma discussão entre eles.
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De acordo com informações da polícia, Maria Vitória e Gilson mantinham um relacionamento amoroso e moravam juntos há quatro meses. A adolescente trabalhava na padaria de propriedade do suspeito há alguns anos. Testemunhas relataram que o empresário era agressivo e possessivo com a jovem, embora não houvesse registros policiais de agressões anteriores.
O crime é tratado como feminicídio. Após o assassinato, Gilson Cruz fugiu do local, mas foi capturado na segunda-feira (15) em Brejo da Madre de Deus, Pernambuco, durante uma operação conjunta das polícias da Paraíba e de Pernambuco. O empresário foi transferido para a Paraíba, onde permanece detido.
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Durante seu depoimento, Gilson Cruz preferiu manter-se em silêncio. No entanto, informalmente, ele teria admitido ao delegado Savio Siqueira que atirou na adolescente com um revólver após uma discussão provocada por uma brincadeira feita por ela. A arma do crime ainda não foi localizada.
Um áudio atribuído a Maria Vitória circula nas redes sociais, no qual ela relata ameaças anteriores feitas por Gilson, incluindo episódios em que ele a teria agredido com uma arma. A polícia está investigando para identificar a pessoa que recebeu o áudio, a fim de formalizar essa prova no inquérito.
O histórico de violência de Gilson Cruz não é restrito ao caso de Maria Vitória. O empresário já foi condenado por violência doméstica contra sua própria filha e, segundo o delegado Savio Siqueira, há indícios de que existam medidas protetivas de outras mulheres contra ele, embora esses processos estejam sob segredo de justiça.
O caso tem gerado grande comoção e indignação na comunidade de Monteiro. Familiares e conhecidos da vítima descrevem Gilson como extremamente ciumento e possessivo. A reportagem do portal UOL tentou contato com a defesa do suspeito, mas até o momento não obteve resposta.
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