plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 27°
cotação atual R$


home
BIOECONOMIA

Negócios sustentáveis podem triplicar até o ano de 2050

Estudo mostra que a economia ambientalmente sustentável é fundamental para mitigar as mudanças climáticas e que existem diversos perfis de negócios nessa área. Saiba quais são e os seus desafios

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Negócios sustentáveis podem triplicar até o ano de 2050 camera A socioeconomia conecta os povos e comunidades tradicionais por meio dos recursos naturais | Divulgação

Um estudo pioneiro sobre finanças sustentáveis no mundo, realizado em colaboração pela NatureFinance e o Fórum Mundial de Bioeconomia, destaca que a bioeconomia global é fundamental para se alcançar a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável. De acordo com o relatório internacional “Financiando uma Bioeconomia Global Sustentável”, lançado neste mês de setembro, estima-se que o valor global da bioeconomia seja de 4 a 5 trilhões de dólares, valor que tem potencial de sextuplicar até 2050, chegando a 30 trilhões de dólares, segundo análise do Fórum Mundial de Bioeconomia.

O relatório envolveu a participação de organizações do setor privado, da academia e de Organizações Não Governamentais (ONGs) e busca reforçar o papel que a chamada bioeconomia pode apresentar para a transição para uma economia mais equitativa, de baixo carbono, resiliente ao clima e positiva para a natureza. Neste sentido, o estudo considera um escopo da bioeconomia que abrange desde as práticas de produção tradicionais locais e de pequena escala, até as atividades econômicas de grande escala e transnacionais, incluindo atividades econômicas com uso intensivo de tecnologia.

Mas, de maneira prática, como a bioeconomia pode contribuir para que se alcance a resiliência climática e o desenvolvimento sustentável? O especialista em uso da Terra e Agricultura Sustentável do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Pedro Zanetti, considera que essa contribuição pode ocorrer de diversas maneiras, sobretudo se a bioeconomia for considerada em seu sentido amplo. “A bioeconomia da restauração, seja ela produtiva ou ecológica, contribui tanto para mitigar as emissões, sequestrando CO2, como também para aumentar a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. Solo com mais matéria orgânica e com maior cobertura viva e morta retém mais água, mais biodiversidade (no solo e acima do solo) traz maior equilíbrio, controle biológico de doenças e pragas e resiliência”.

Conteúdos relacionados:

Na chamada sociobioeconomia, que se conecta aos povos e comunidades tradicionais e seus modos de manejo sustentável dos recursos naturais, a conexão apontada por Pedro Zanetti está associada à conservação de milhões de hectares de ecossistemas. Preservados, esses milhões de hectares prestam serviços ecossistêmicos fundamentais em larga escala, incluindo o de regulação climática e o ciclo hidrológico, além de proporcionar renda e valorização sociocultural dos saberes tradicionais.

Em outro campo, o especialista destaca que a bioeconomia ligada a inovações também pode contribuir para a maior resiliência climática, seja na substituição de insumos de origem fóssil por bioplásticos, biocombustíveis, bioinsumos, seja no melhoramento genético vegetal com o objetivo de obter variedades mais resistentes à seca, por exemplo. “Por último, na bioeconomia da biomassa/commodities, há também uma importante contribuição possível, por conta da escala de demanda associada, porém, é importante que seja em bases sustentáveis para que realmente contribua para maior resiliência climática (livre de desmatamento, adotando técnicas regenerativas)”, explica. “A bioeconomia é, sim, uma das chaves para o desenvolvimento sustentável”.

DESAFIOS

Diante de todo esse potencial, não se pode deixar de considerar a necessidade de transpor desafios para promover essa bioeconomia capaz de levar à resiliência climática. Entre os desafios de financiamento citados pelo relatório “Financiando uma Bioeconomia Global Sustentável” estão o possível interesse reduzido do investidor privado na sociobioeconomia em decorrência da escala limitada e pelos direitos comerciais restritos sobre os conhecimentos tradicionais, ou, ainda, investimentos que demandem capital de risco, muitas vezes combinado com financiamento público, o que é frequente em casos de bioeconomia de alta tecnologia, sobretudo em negócios em estágio inicial.

Apesar disso, o financiamento da bioeconomia é possível, sobretudo considerando a diversidade de instrumentos financeiros existentes. “Quando falamos especificamente sobre os desafios de financiamento da sociobioeconomia, há alguns caminhos possíveis como a adoção de diferentes estratégias para facilitar acesso ao crédito, especialmente público”, avalia Pedro Zanetti. “Há inclusive, algumas iniciativas recentes conectadas à estratégia nacional de bioeconomia que apontam, sim, para o caminho certo - como a Resolução CMN n° 5.151 de 3/7/2024, que ajusta normas a serem aplicadas às operações de crédito rural contratadas no âmbito do PRONAF”.

Quer ler mais notícias Brasil? Acesse nosso canal no Whatsapp

Porém, para que a sociobioeconomia prospere, o especialista considera que não basta acesso a financiamento. É necessário, também, segundo ele, o desenvolvimento de outras ações estruturantes como a profissionalização da gestão dos negócios comunitários, o melhoramento de acesso ao mercado, a superação de dificuldades logísticas inerentes às áreas remotas, engajamento da juventude e promoção da sucessão rural, tecnologias simples adaptadas ao contexto local para melhoria da eficiência, infraestrutura de beneficiamento mínimo ao longo da cadeia, entre outras.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Notícias Brasil

    Leia mais notícias de Notícias Brasil. Clique aqui!

    Últimas Notícias