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Estudo brasileiro diz que Jesus não tocou Santo Sudário

Estudo do designer brasileiro Cicero Moraes apresenta nova interpretação sobre o Sudário de Turim, tido como o pano que envolveu Jesus após sua morte

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Imagem ilustrativa da notícia Estudo brasileiro diz que Jesus não tocou Santo Sudário camera Sudário de Turim, tecido que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo | Crédito: Reprodução/Domínio público

Milhares de pessoas acreditam que o Sudário de Turim foi o pano usado para envolver o corpo de Jesus Cristo após sua morte. O sudário, uma peça de linho com aproximadamente 4,4 m x 1,1 m, exibe a imagem frontal e traseira de um homem com barba e cabelo longo, mãos sobre a região genital e sinais de violência física.

Sua primeira menção remonta a 1355, na França, e desde então tem gerado intensos debates. Um estudo recém-lançado do designer brasileiro Cicero Moraes, publicado no portal SSRN, da Elsevier, e enviado ao site Aventuras na História, apresenta uma nova interpretação sobre o Sudário.

"O Santo Sudário é apresentado como se ele tivesse envolvido um corpo humano. Que seria uma impressão feita através dos fluídos corporais: sangue e/ou alguma outra substância que imprimiu esse padrão que a gente conhece hoje como Sudário", explica Moraes à equipe do Aventuras.

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O brasileiro explica que, um humano com aquelas características impressas no Sudário, ao se fazer sua modelagem em 3D de um humano e um manequim, usando pigmentação fluída e colocando o tecido em cima, o resultado mais robusto, de uma pessoa mais forte e pesada. "Além disso, ela também será bastante deformada. Ela não vai ter um formato retilíneo das pernas e dos membros".

"No entanto, se a gente usar um baixo relevo, com aquelas características, pigmentar um fluído e colocar um tecido em cima, ele vai manter as características do corpo como se fosse uma fotocópia do corpo. Não teria a deformação da outra técnica", explica.

Resultados

Para chegar no resultado de seu estudo, o pesquisador realizou os dois tipos de testes: um com manequim, com características de um corpo real (um adulto de 1,80 m, mais ou menos); e outro em baixo relevo. E esse baixo relevo rendeu uma imagem mais compatível com o Santo Sudário", aponta.

Os padrões das manchas sugerem que a impressão no Sudário é mais compatível com uma base em baixo-relevo, técnica artística em que a imagem se projeta acima do fundo, mantendo os contornos e características integrados à superfície. O trabalho foi realizado em um ambiente digital com software de modelagem 3D livre e de código aberto, permitindo que outros pesquisadores possam replicar a técnica.

Efeito Máscara de Agamémnon testado pelo próprio Cicero Moraes
📷 Efeito Máscara de Agamémnon testado pelo próprio Cicero Moraes |Crédito: Reprodução

No contexto do Sudário, esta hipótese sugere que a figura representada não foi gerada a partir de um corpo humano, mas sim de uma forma tridimensional esculpida em uma superfície que transferiu suas características para o tecido por meio de uma técnica de impressão.

Isso sugere que o Santo sudário poderia ter sido criada como um objeto artístico, e não como um artefato religioso autêntico.

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"Qualquer adulto cuidadoso pode testar isso em casa, por exemplo, pintando o rosto com algum pigmento líquido, usando um grande guardanapo ou toalha de papel, ou até mesmo um tecido, e envolvendo-o ao redor do rosto. Depois, retire o tecido, espalhe-o em uma superfície plana e veja a imagem resultante. Essa deformação é conhecida como o efeito Máscara de Agamémnon, pois se assemelha a esse artefato antigo", explicou o designer em um vídeo publicado no Youtube.

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