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CRIME BÁRBARO

Acusado de matar crianças com chumbinho no açaí vira réu

Rafael da Rocha Furtado é acusado de matar duas crianças com chumbinho. Justiça aceita denúncia e converte prisão temporária em preventiva

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Imagem ilustrativa da notícia Acusado de matar crianças com chumbinho no açaí vira réu camera Rafael da Rocha Furtado é acusado de matar duas crianças com chumbinho. Justiça aceita denúncia e converte prisão temporária em preventiva. | Reprodução

No dia 30 de setembro, Rafael da Rocha Furtado, de 26 anos, buscou Benjamin Rodrigues Ribeiro, de 7 anos, na escola e ofereceu o açaí com chumbinho para o garoto. Benjamin encontrou o amigo Ythallo Tobias Rosa, de 6 anos, no caminho e dividiu a bebida. Os dois morreram. O crime ocorreu na comunidade Primavera, zona norte do Rio de Janeiro.

A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público e tornou réu Rafael. A prisão temporária foi convertida em preventiva. Rafael se entregou à polícia no dia 12 de novembro após ser identificado pela Polícia Civil, que cumpriu mandados em um endereço ligado a ele. Horas depois, ele se apresentou na delegacia. O suspeito é ex-namorado da mãe de Benjamin.

Rafael responde por duplo homicídio qualificado com motivo torpe e envenenamento. Segundo a investigação, Rafael queria se vingar após o fim do relacionamento com a mãe de Benjamin. Na denúncia, o MP diz que Rafael "se ofereceu para receber Benjamin na saída da escola e levá-lo de motocicleta até sua casa" e que "livre e conscientemente, com inequívoca vontade de matar, envenenou o filho de sua ex-namorada".

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Benjamin começou a passar mal após chegar em casa. A denúncia diz que o próprio Rafael, "dissimulando seu desiderato homicida", ajudou a socorrer o menino.

O pai de Benjamin diz que ele considerava Rafael como um "segundo pai". Durante a investigação policial, o pai de Benjamin contou à polícia que ele provavelmente aceitou a bebida ou alimento de alguém que confiava porque ele tinha "dificuldade para comer as coisas" até em festas. Ele também relatou que Rafael tinha ciúmes do novo namorado da mãe de Benjamin.

"Os fatos narrados na denúncia são de extrema gravidade, em especial por se tratarem de vítimas vulneráveis e inocentes e, portanto, ensejadores de grande intranquilidade social e abalo à ordem pública", disse a juíza Tula Corrêa de Mello, titular da 3ª Vara Criminal do Rio.

Os meninos passaram mal após tomar o açaí envenenado. A família de Benjamin acreditava que eles tinham aceitado o bombom de uma mulher desconhecida na rua. As investigações da polícia porém, indicam que não há nenhuma mulher envolvida no caso.

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Ythallo morreu horas após tomar a bebida. Ele foi levado pela família à UPA de Del Castilho em parada cardiorrespiratória, foi reanimado, mas não sobreviveu.

Benjamin teve morte cerebral confirmada após ficar 10 dias internado. A autópsia identificou grânulos de uma substância amarronzada no estômago e na traqueia de Ythallo, afirmou o delegado responsável pelo caso, Marcus Henrique Alves. Um material semelhante foi encontrado nos exames de Benjamin.

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