
Um estudo recente, publicado no Journal of Medical Virology, revelou a descoberta de um coronavírus inédito, capturado a partir de morcegos no Ceará. O vírus, identificado em um morcego da espécie Molossus molossus, compartilha semelhanças genéticas com o causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), mas é considerado uma linhagem distinta.
O estudo foi realizado por uma equipe de pesquisadores liderada pela médica veterinária Larissa Leão Ferrer de Sousa e pela Escola Paulista de Medicina da Unifesp.
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O trabalho de pesquisa, que envolveu a análise de 423 amostras de morcegos em diversas cidades cearenses, identificou sete tipos diferentes de coronavírus nos animais.
Embora um dos vírus tenha mostrado alta similaridade com o MERS-CoV, com 82,8% de cobertura genômica, não foi possível concluir que ele seja capaz de infectar humanos. Para confirmar essa hipótese, mais testes laboratoriais e experimentos serão necessários.
Os morcegos, que são reservatórios naturais de diversos vírus, incluindo os coronavírus, desempenham um papel vital nos ecossistemas, ajudando no controle de insetos e na polinização. A pesquisa destaca a necessidade de vigilância contínua sobre a circulação de vírus em animais silvestres, como os morcegos, para monitorar possíveis riscos à saúde pública.
A descoberta, que está sendo investigada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong, não sugere um risco iminente de transmissão para os seres humanos, mas aponta para a diversidade genética dos coronavírus e a possibilidade de novas linhagens virais.
O Ministério da Saúde destaca que, embora coronavírus sejam conhecidos por causar desde infecções respiratórias leves até síndromes graves, o vírus encontrado ainda precisa ser estudado mais a fundo.
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Apesar do potencial de risco, a médica veterinária Larissa Leão alerta para a importância da convivência harmoniosa com os morcegos e enfatiza que a eliminação dos animais pode aumentar o risco de contato com outros animais infectados. O foco, portanto, deve ser na vigilância epidemiológica, com monitoramento genômico, para evitar futuras ameaças à saúde pública.
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