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SONHO INTERROMPIDO

A história do turista que morreu aos pés do Cristo Redentor

Vigilante de 54 anos visitava o Rio de Janeiro pela primeira vez; família relata demora no socorro.

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Imagem ilustrativa da notícia A história do turista que morreu aos pés do Cristo Redentor camera Jorge visitava o Cristo Redentor pela primeira vez ao lado do filho e da nora. | Reprodução/Arquivo Pessoal

O sonho de conhecer um dos cartões-postais mais famosos do Brasil terminou em tragédia para Jorge Alex Alves Duarte, de 54 anos. O vigilante, morador de Canoas (RS), sofreu um mal súbito enquanto subia as escadas do Cristo Redentor, na manhã do último domingo (16). Era sua primeira viagem ao Rio de Janeiro, e ele estava acompanhado do filho e da nora.

Segundo relatos da família, Jorge começou a passar mal repentinamente e desabou nas escadas do monumento. Sua nora, Melissa Schiwe, que tem formação em enfermagem com especialização em atenção cardíaca, iniciou manobras de reanimação e pediu ajuda aos visitantes que estavam no local. "Comecei a gritar pra todo mundo no parque 'é parada cardíaca'", contou. Durante cerca de cinco minutos, ela realizou massagem cardíaca no sogro, sendo auxiliada depois por outras pessoas, entre elas o padre da capela do santuário, João Damasceno.

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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado imediatamente, mas a ambulância teria demorado cerca de 35 minutos para chegar. O Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor informou que o chamado foi feito às 7h39 e o atendimento chegou às 8h13. No entanto, quando os socorristas chegaram, Jorge já não apresentava sinais vitais e teve a morte atestada como súbita de origem cardíaca.

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SONHO INTERROMPIDO

A viagem ao Rio representava um sonho para Jorge, que planejava conhecer o Cristo Redentor há muito tempo. "Ele sempre comentava que queria ir", disse Melissa. O vigilante chegou sozinho à cidade no dia 12 e ficaria até o dia 19, sendo acompanhado pelo filho e a nora no fim de semana.

Jorge, que era viúvo e pai de dois filhos (uma filha faleceu há 12 anos), tomava medicação para pressão alta, mas não possuía histórico de problemas cardíacos. "Inclusive, na manhã de domingo ele me mostrou o medicamento contra a pressão alta e disse 'norinha, o véio tá tomando o remédio'", recordou Melissa.

A Arquidiocese do Rio custeou o traslado do corpo para o Rio Grande do Sul. Melissa e o marido retornaram a Porto Alegre na segunda-feira (17), levando consigo uma foto tirada antes do passeio ao Corcovado. "Essa foto mostra que, até o fato, a gente foi feliz", lamentou.

O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS

A tragédia também trouxe à tona a questão da estrutura de atendimento no Corcovado. O posto médico do local, administrado pela concessionária Trem do Corcovado, estava fechado no momento do incidente. A empresa afirmou, em nota, que "não houve possibilidade alguma de salvamento", mas ressaltou que a enfermaria funciona normalmente e que os casos mais graves são encaminhados ao Hospital do Silvestre.

A administração do Parque Nacional da Tijuca (ICMBio), responsável pelo local, anunciou a abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias da morte. Já o Procon-RJ realizou uma vistoria na segunda-feira (17) e determinou o fechamento do Trem do Corcovado, que deverá passar por ajustes antes de retomar suas operações.

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