
A Justiça de Minas Gerais decretou, nesta sexta-feira (25), a prisão temporária de Matteos França Campos, de 32 anos, suspeito de assassinar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bomfim, de 55 anos. Segundo a Polícia Civil, Campos confessou ter cometido o crime após uma discussão acalorada envolvendo dívidas com apostas online e empréstimos consignados.
A decisão foi assinada pela juíza Juliana Beretta Kirsche às 12h30 e tem validade inicial de 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período. O caso tramita sob segredo de Justiça.
O corpo da professora foi encontrado no domingo (21), em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a confissão do suspeito, Soraya foi morta por enforcamento dentro da casa onde ambos moravam. Campos teria utilizado o carro da mãe para transportar o corpo e deixá-lo em outra cidade. Exames preliminares indicam que a vítima não sofreu violência sexual, embora tenha sido encontrada seminua, vestida apenas com a parte superior da roupa.
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A Polícia Civil aguarda os laudos periciais para confirmar a versão apresentada. O celular do suspeito foi apreendido, e os investigadores buscam apurar se ele tinha dívidas com bancos e se há registros dos gastos com sites de apostas. Até o momento, não há indícios de que Campos exigia dinheiro diretamente da mãe para quitar as dívidas. A investigação aponta que ambos tinham rendas próprias e viviam juntos, embora relatos indiquem que discussões eram frequentes. Não há registro de denúncias anteriores por violência doméstica.
Em depoimento, o investigado alegou ter "surtado" durante a briga com a mãe no dia 18 de julho. Ele não revelou o valor das dívidas acumuladas. A polícia também apura se o crime foi premeditado, hipótese que Campos nega. Os investigadores, no entanto, chamam atenção para o fato de ele ter viajado com amigos no mesmo dia do assassinato, viagem esta que teria sido planejada com antecedência.
O advogado de defesa, Gabriel Arruda, solicitou a transferência do cliente do Ceresp Gameleira para outra unidade prisional, alegando que ele estaria recebendo ameaças de morte. A defesa pede que ele seja levado a um presídio ou penitenciária.
Após a prisão, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social informou que o servidor foi exonerado do cargo que ocupava desde 2021.
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Na primeira versão apresentada à polícia, Campos disse que discutiu com a mãe na véspera do crime e, no dia seguinte, voltou à casa da família após ela não responder suas mensagens. Segundo ele, encontrou a residência organizada, com o carro na garagem, mas sem sinal da mãe — óculos, celular e chaves haviam desaparecido.
A Polícia Civil continua investigando o caso e ainda não descarta a possibilidade de premeditação. Uma perícia será realizada no veículo usado por Campos para verificar a autenticidade de sua versão.
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