
A vida na Vila Mirim, em Praia Grande, parecia tranquila naquele fim de tarde da segunda-feira (15). Crianças brincando, vizinhos conversando, rotina de bairro pacato. Mas em um instante, a calmaria se quebrou, deixando apenas o eco de tiros e gritos de desespero, transformando o cotidiano em uma cena que ninguém esqueceria.
O drama começou por volta das 18h20, quando o neto de Maria do Socorro havia acabado de sair de um problema na Justiça. Todos estavam na calçada gravando um vídeo para avisar a família sobre a liberdade dele, quando tiros interromperam o momento de comemoração.
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ATINGIDOS NAS PERNAS
"Minha filha falou: 'não, mãe, é tiro'. Nós corremos para dentro. Ela já saiu empurrando a gente para dentro, desesperada. Só que quando eu cheguei aqui [na sala], já vimos uma trilha de sangue. Ela [minha filha] já estava caindo aqui, e meu neto caindo ali [próximo ao corredor], gritando 'me ajuda, me ajuda', todo ensanguentado. [...] A gente viu o tiroteio. Foi assustador, assustador, bem aqui mesmo", relembrou Maria do Socorro.
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Ambos foram atingidos nas pernas. "A perna dele, tava uma coisa horrorosa. Ela levou um tiro de pistola e ele foi atingido por um disparo de fuzil", relatou a mãe, ainda chocada. As vítimas foram levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude; a jovem foi liberada, enquanto o rapaz passou por cirurgia devido a uma fratura.
VIOLÊNCIA INACREDITÁVEL
Maria do Socorro só soube depois que o crime que vitimou Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado, ocorreu a poucos metros de sua residência. Ela descreve a violência como inacreditável, principalmente em um local até então considerado seguro.
"Minhas crianças estão apavoradas também, porque aqui ficou lavado de sangue. As crianças estão todas em choque, traumatizadas. Uma coisa que tu acha que vai acontecer só na televisão. A gente ainda não digeriu isso. Realmente, é inacreditável. A gente pensa que é um lugar sossegado, pacato, mas não é. Tem violência, só que a gente não ia imaginar uma violência desse grau", afirmou.
Após a execução de Ruy Ferraz, os criminosos fugiram em outro veículo, que foi incendiado a cerca de dois quilômetros do local. Até o momento, dois suspeitos foram identificados, mas ninguém foi preso, conforme informou o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
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