SEAP nega AVC em Flordelis; defesa fala em risco de morte

No silêncio das celas e corredores de uma penitenciária, notícias sobre a saúde de um detento podem se espalhar rapidamente e gerar tensão entre familiares, advogados e autoridades. Foi nesse cenário que a defesa da ex-deputada federal Flordelis dos Santos, de 64 anos, afirmou que a pastora gospel teria sofrido um princípio de Acidente Vascular Cerebral (AVC) dentro da prisão. Enquanto a advogada alerta para a gravidade do quadro, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) negou que o episódio tenha ocorrido, destacando divergências sobre o atendimento e a situação real da detenta.

Segundo a advogada Janira Rocha, todos os sintomas apresentados por Flordelis, incluindo vômitos, dores fortes de cabeça e fala enrolada, indicam o diagnóstico de AVC. "Segundo familiares e amigos, que estiveram com ela e, pelos sintomas e atendimento dela na UPA de Gericinó, ela teve sim AVC", afirmou a defensora. Diante do quadro, a defesa pretende recorrer à Justiça solicitando transferência para um hospital ou unidade de saúde capaz de oferecer atendimento mais especializado, enfatizando a urgência e a complexidade da situação.

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DESMENTIDO DA SEAP

Por outro lado, a SEAP informou que Flordelis foi atendida no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no Complexo de Gericinó, e medicada por um quadro de lombalgia, antes de retornar à cela. A negativa oficial destaca a tensão entre o relato da defesa e a versão da administração penitenciária, levantando questionamentos sobre a capacidade das unidades prisionais de prestar atendimento adequado em casos de emergência médica, especialmente envolvendo detentos com histórico de problemas de saúde.

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SAÚDE FRÁGIL

Flordelis já havia exposto fragilidades de seu estado físico e mental em fevereiro deste ano, quando divulgou uma carta escrita à mão de dentro da prisão. No texto, ela relatava crises de ansiedade e episódios de alucinação auditiva, além de afirmar sua inocência: "Preciso de ajuda, estou presa por um crime que não cometi. Mas hoje preciso de ajuda por algo que todo ser humano tem: dinheiro, a saúde". A carta trouxe à tona preocupações sobre o acompanhamento médico e psicológico oferecido à ex-deputada.

RELEMBRE O CASO FLORDELIS

A pastora cumpre pena de 50 anos e 28 dias pelo assassinato do marido, Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói. Inicialmente investigado como latrocínio, o caso revelou-se homicídio premeditado, com participação de Flordelis e de alguns filhos, motivado por disputas de poder e questões financeiras dentro da família.

Anderson foi morto com mais de 30 tiros ao retornar de um passeio com a esposa, após tentativas frustradas de envenenamento. Flordelis foi presa em 2021, após perder o mandato parlamentar, e condenada em novembro de 2022 por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada, mantendo-se como uma das figuras mais controversas do noticiário criminal recente.