
No silêncio úmido do Pantanal sul-mato-grossense, o que parecia mais um entardecer comum se transformou em tragédia. Um pequeno avião caiu ao lado da pista da Fazenda Barra Mansa, deixando um rastro de fogo e devastação, enquanto o céu escurecia. A cena chocou funcionários e visitantes da área turística, e a investigação agora busca respostas para entender o que levou à queda mortal.
Segundo o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), a aeronave realizava um voo irregular após o pôr do sol e não tinha permissão para transportar passageiros de forma remunerada. A autorização do Cessna era apenas para navegação visual durante o dia (VFR Diurno), sem equipamentos adequados para voos noturnos ou em condições adversas. No momento da queda, não havia registro de mau tempo.
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TENTATIVA DE ARREMETER E EXPLOSÃO
Testemunhas relataram que o avião sobrevoou a região pantaneira ao longo do dia, realizando múltiplos pousos e decolagens. Contudo, a pista da fazenda só podia ser utilizada até as 17h39, e o acidente ocorreu após as 18h. Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave tentou arremeter na aproximação, explodiu ao tocar o solo e matou os quatro ocupantes carbonizados: Marcelo Pereira de Barros, piloto e proprietário; Kongjian Yu, arquiteto paisagista chinês; Luiz Ferraz, cineasta brasileiro; e Rubens Crispim Jr., documentarista.
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A Polícia Civil investiga se o voo estava ligado a um serviço clandestino de táxi-aéreo. O piloto havia sido alvo da Operação Ícaro, em 2019, por transporte irregular de passageiros, e na ocasião o avião foi apreendido por irregularidades na documentação e adulteração da identificação. Após três anos, a aeronave foi liberada judicialmente para uso particular.
CAUSAS DO ACIDENTE
Duas testemunhas relataram que o avião tentou pousar, arremeteu e logo depois gerou fumaça visível no local da queda, a cerca de 100 metros da pista. Funcionários da fazenda sugeriram que o piloto teria desviado de uma manada de queixadas, mas a delegada Ana Cláudia Medina descartou essa hipótese, afirmando que a pista já estava livre de animais. A suspeita é que o piloto tenha percebido alguma condição irregular durante a aproximação.
O Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), ligado ao Cenipa, conduz a investigação que busca entender as causas do acidente, sem atribuir culpabilidade neste momento. Serão analisados o desempenho da aeronave, os horários do voo e possíveis falhas na operação.
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