
Por trás de um simples brinde ou de uma noite animada em um bar, pode estar escondido um risco grave à saúde. Poucas pessoas imaginam que o que estão consumindo pode conter substâncias extremamente tóxicas, capazes de provocar desde sintomas leves até a morte. E, infelizmente, esse cenário deixou de ser apenas uma hipótese para se tornar uma realidade preocupante em São Paulo.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), informou nesta sexta-feira, 26, o registro de nove casos de intoxicação por metanol no Estado, todos notificados em um período de apenas 25 dias — o que acendeu o alerta entre autoridades sanitárias e de segurança.
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Segundo a pasta, o número de ocorrências em um intervalo tão curto é considerado “fora do padrão”. A principal suspeita é que os casos estejam ligados à adulteração de bebidas alcoólicas, como gin, whisky e vodka, comercializadas em bares e estabelecimentos diversos.
De acordo com o governo, a ingestão de metanol — também chamado de álcool metílico — costuma estar associada ao consumo de combustíveis por pessoas em situação de vulnerabilidade, como moradores de rua, que fazem uso de substâncias tóxicas. No entanto, a gravidade do atual cenário está justamente na mudança de perfil das vítimas: os casos recentes ocorreram em ambientes sociais, com consumo regular de bebidas alcoólicas, o que aponta para uma possível contaminação criminosa em larga escala.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) de Campinas, responsável pela investigação, classificou os registros como inéditos, e o governo federal alerta para a possibilidade de subnotificação — ou seja, mais casos podem ter ocorrido sem serem registrados.
O metanol é um biocombustível altamente tóxico, cuja ingestão acidental ou intencional pode causar cegueira, danos neurológicos severos e até a morte. Sua semelhança química com o etanol (o álcool comum) faz com que, em bebidas adulteradas, seu sabor e odor passem despercebidos.
“Diante disso, é necessário alertar a população, sobretudo com a proximidade do fim de semana, quando há maior frequência a bares e consumo de bebidas alcoólicas”, enfatizou o Ministério da Justiça.
Além do alerta público, o caso coloca em evidência a importância da fiscalização rigorosa e do controle sanitário na produção e comercialização de bebidas alcoólicas. O consumo seguro depende não apenas da responsabilidade individual, mas também de uma cadeia de produção confiável e livre de práticas criminosas.
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