Em um fim de semana marcado por surpresas no mundo digital, milhares de usuários brasileiros acordaram no sábado (1º de novembro) sem acesso a seus aplicativos de streaming habituais. O motivo não foi uma falha técnica, mas sim o resultado de uma operação internacional de combate à pirataria, que suspendeu as atividades de diversas plataformas ilegais em vários países — incluindo o Brasil.
A medida faz parte de uma ação judicial movida pela Aliança Contra a Pirataria Audiovisual (Alianza), com base na Argentina, e provocou a interrupção de mais de 30 serviços ilegais que operavam em escala global. Entre os atingidos estão aplicativos bastante populares entre usuários brasileiros, como o My Family Cinema e o Eppi Cinema.
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Segundo nota enviada ao Estadão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou que não participou diretamente da operação, mas confirmou que a interrupção das atividades dessas plataformas ocorreu em setembro, em decorrência do processo judicial iniciado pela Alianza.
A investigação desmantelou uma ampla rede de decodificadores e aplicativos piratas que ofereciam acesso irregular a filmes, séries e canais pagos em países como Argentina, Brasil, México e África do Sul.
Nas redes sociais, usuários relataram o bloqueio repentino dos serviços, enquanto outros lamentaram ter perdido o dinheiro das assinaturas. Mesmo sendo plataformas ilegais, dezenas de reclamações foram registradas no site Reclame Aqui nas últimas 24 horas.
Em mensagem enviada aos assinantes, o My Family Cinema confirmou o encerramento definitivo de suas operações:
“Devido a questões de direitos autorais, esta marca deve encerrar permanentemente seus serviços. Agradecemos sinceramente pela sua confiança e apoio ao longo dos anos. Esperamos que nosso produto tenha proporcionado boas lembranças para você e sua família.”
O combate ao “gatonet”
Conhecidos popularmente como “gatonet”, os serviços de streaming piratas e os aparelhos de TV Box não homologados vêm sendo alvo de uma ofensiva crescente das autoridades brasileiras. Esses dispositivos permitem acesso gratuito ou a baixo custo a conteúdos protegidos por direitos autorais — prática considerada ilegal.
Desde 2023, a Anatel vem executando um plano nacional de combate à pirataria, com foco no bloqueio de TV Boxes ilegais e na interrupção de endereços IP e domínios usados para distribuição de conteúdo pirata.
De acordo com dados da agência, entre outubro de 2018 e maio de 2025, foram apreendidos 1,5 milhão de aparelhos não homologados. Apenas entre setembro de 2023 e setembro de 2025, o Laboratório Antipirataria da Anatel bloqueou 24.700 IPs e 4.428 domínios usados em atividades ilícitas.
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Riscos e recomendações
A Anatel reforça que a homologação dos aparelhos de TV Box é essencial para garantir a segurança digital dos consumidores. Dispositivos irregulares podem interferir em outros equipamentos, além de abrir brechas para ataques hackers, como o roubo de senhas e dados pessoais ou o uso das redes domésticas em ataques coordenados (DDoS).
O órgão recomenda que os consumidores verifiquem se o aparelho adquirido é homologado, o que pode ser feito no site oficial da agência.
“Além de possibilitar a pirataria, TV Boxes piratas podem interferir em outros aparelhos legítimos e permitir ataques hacker às redes de seus usuários”, alertou a Anatel.
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