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TRAGÉDIA FAMILIAR

Entenda o caso da mãe que jogou filha de hotel em BH

Suposto abuso sexual sofrido pelas duas filhas da mulher, revelado em 2020, teria causado o transtorno mental que motivou a tragédia

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Imagem ilustrativa da notícia Entenda o caso da mãe que jogou filha de hotel em BH camera Tragédia em BH: mulher tira a vida da filha e a sua, após histórico de adoecimento mental e trauma familiar. Investigação em andamento. | Reprodução/YouTube/TV Alterosa

Em meio ao silêncio que tomou conta do centro de Belo Horizonte após a tragédia desta semana, familiares tentam remontar a longa trilha de sofrimento emocional percorrida pela mulher de 32 anos que tirou a vida da própria filha e, em seguida, a sua. Por trás do episódio que chocou o país, há um histórico de adoecimento mental que se estendia por anos e que, segundo parentes, começou a se agravar após um trauma que abalou profundamente a estrutura familiar: o suposto abuso sexual sofrido pelas duas filhas da mulher, revelado em 2020. Enquanto a polícia avança nas investigações, o velório das vítimas nesta terça-feira (2/12) expôs a dor de quem já havia presenciado, repetidas vezes, os sinais de depressão e angústia que antecederam o desfecho fatal.

De acordo com relatos prestados por testemunhas, o sofrimento da mãe começou logo depois de ela detectar alterações físicas na filha mais nova, então bebê. Ao questionar a primogênita, na época com 8 anos, ouviu inicialmente uma negativa. Um dia depois, porém, a menina decidiu contar a verdade: ela e a irmã teriam sido vítimas de abuso praticado por um adolescente de 14 anos, sem qualquer vínculo familiar. A denúncia foi registrada na Polícia Militar, e a partir dali, segundo parentes, a mãe passou a mergulhar em crises profundas, alternando episódios de desorientação, surtos em público e uso intermitente de medicamentos controlados — tratamento que ela teria abandonado há mais de um ano.

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Durante o sepultamento, familiares afirmaram que o impacto emocional causado pelo caso jamais foi superado. “Com certeza foi esse abuso que fez ela ficar assim”, disse uma parente. O trauma, somado ao sentimento de culpa e à interrupção da medicação, teria intensificado o quadro depressivo, que se agravou de forma drástica nos últimos meses. A Polícia Civil foi acionada para detalhar os avanços das investigações e, até o momento, não respondeu.

A tragédia ocorreu na tarde de segunda-feira (1º/12), no 10º andar de um hotel localizado na Rua Espírito Santo. A mulher havia se hospedado no local na noite anterior, após um desentendimento com o companheiro. No quarto, segundo o depoimento da filha mais velha, de 13 anos, a mãe apresentou três “alternativas”: que as três tirassem a própria vida ingerindo remédios; que a adolescente fosse morar com a avó; ou que viajasse para viver com o pai biológico no Espírito Santo. A filha recusou qualquer possibilidade de suicídio, mas a mesma chance não foi dada à irmã menor.

A adolescente contou à polícia que a mãe insistiu para que ela tomasse comprimidos, o que foi prontamente rejeitado. A criança de 6 anos, porém, acabou sendo medicada com grande quantidade de remédios e rapidamente ficou sonolenta e desorientada. Em seguida, a menina de 13 anos ouviu a frase que jamais esquecerá: “Já que você decidiu ficar, primeiro eu vou jogar sua irmã, depois eu me jogo. Um beijo, te amo.” Logo depois, a mãe arremessou a filha pela janela. Em desespero, a adolescente correu para pedir ajuda. Não viu o momento exato em que a mulher também saltou.

Equipes do SAMU e do Corpo de Bombeiros confirmaram as mortes no local. A Polícia Militar, acionada por hóspedes que testemunharam a queda, encontrou a adolescente em choque, amparada por funcionários do hotel.

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O companheiro da mulher, ao chegar ao hotel, relatou que ela já vinha demonstrando comportamento depressivo recorrente e que, por diversas vezes, mencionou a intenção de tirar a própria vida. O casal havia discutido na noite anterior em um bar, e ele imaginou que ela tivesse procurado abrigo na casa da mãe.

A Polícia Civil realizou perícia no quarto e na área externa. O caso está sob investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A filha adolescente, que não sofreu ferimentos, foi acolhida pela avó materna, enquanto familiares e autoridades tentam compreender as camadas de sofrimento que antecederam um dos episódios mais dolorosos registrados na capital mineira este ano.

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