A Câmara dos Deputados, por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) decidiu pela cassação de Carla Zambelli (PL-SP), que pode perder o mandato de deputada federal após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a votação, 32 votos foram a favor da cassação, enquanto que 27 foram contra. O resultado contrariou o relator do processo, Diego Garcia (Republicanos-PR), que elaborou um parecer a favor da parlamentar.
A decisão ainda não significa a perda do cargo, mas o plenário ainda poderá decidir o caso na noite desta quarta-feira (10). O placar ficou apertado, o que já era esperado. PP e União Brasil orientaram contra o relatório, já o PSD liberou a bancada. O União Brasil trocou seus cinco integrantes na CCJ, que foram decisivos ao votarem contra Zambelli.
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O caso segue agora para o plenário, onde os 513 deputados votarão. Para perder definitivamente o mandato, é preciso que 257 parlamentares votem neste sentido.
A votação deve ocorrer na noite de hoje e decidirá pela cassação ou não de Carla Zambelli e Glauber Braga (PSOL-RJ). A medida foi determinada na última terça-feira (09) pelo então presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Relator defende Zambelli
O relator do caso disse que não há provas contra a deputada federal. Com um discurso bolsonarista, Diego Garcia colocou o ministro do STF, Alexandre de Moraes como suspeito de perseguição política contra Zambelli.
Em coletiva antes da abertura da comissão, Garcia enfatizou o mesmo argumento. "Não há provas contra ela. A única prova é o depoimento do hacker Walter Delgatti [testemunha de acusação], que a própria Polícia Federal chama de mentiroso compulsivo e mudou seis vezes o próprio depoimento.", disse.
Segundo Garcia, não houve qualquer acesso à principal prova de acusação contra Carla Zambelli e ressaltou que não houve aval do STF. Para defender a parlamentar, o relator desqualificou a testemunha de acusação.
O caso envolve o hacker que teria sido contratado por Zambelli para invadir o sistema da Justiça. Segundo Diego Garcia, Walter Delgatti foi considerado pela Polícia Federal um “mentiroso contumaz”, argumento usado pelo relator para justificar que seu depoimento contra a parlamentar não seria confiável.
Embora tenha desqualificado Delgatti, o relator levou em conta declarações de um aliado do bolsonarismo. Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE, afirmou que Zambelli era um dos principais alvos da investigação no STF, o que, segundo ele, reforçaria a narrativa de perseguição.
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