A comunidade de Leicestershire, na Inglaterra, ainda tenta entender a morte de Tiegan Jarman, 13 anos, vítima de uma prática perigosa que viralizou nas redes sociais: o chroming, também conhecido no Brasil como “desafio do desodorante”. A adolescente teria inalado o conteúdo de uma lata de aerossol, segundo familiares, em uma tentativa de reproduzir o desafio visto no TikTok.
Uma tendência perigosa
O chroming abrange a inalação de substâncias químicas presentes em desodorantes, solventes, tintas metálicas e outros produtos domésticos. A prática, que pode causar sensação de euforia momentânea, traz riscos graves: desmaios, danos cerebrais, parada cardiorrespiratória e morte. Episódios semelhantes já foram registrados na Austrália, nos Estados Unidos e no Brasil.
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Diante do aumento de ocorrências, o TikTok passou a bloquear termos relacionados ao desafio e a redirecionar usuários para páginas de apoio sobre uso indevido de substâncias.
Tragédias também no Brasil
O Brasil tem registrado episódios envolvendo a mesma tendência. Em abril, Sarah Raissa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, morreu após inalar desodorante. O caso levou a primeira-dama Janja da Silva a defender maior regulamentação das plataformas digitais. Um mês antes, em Pernambuco, Brenda Sophia Melo de Santana, 11 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória após prática similar.
Família pede mudanças
Abalada com a perda, a irmã de Tiegan, Alisha Jarman, criou uma petição exigindo que produtos como desodorantes e solventes tragam alertas mais claros sobre os danos da inalação. Ela também reivindica que escolas abordem, de forma sistemática, os perigos das tendências disseminadas na internet.
O pai da adolescente, Paul Jarman, fez um apelo público para que pais e autoridades atentem para o impacto das redes sociais no comportamento de crianças e jovens. “Os perigos das redes sociais deveriam ser ensinados nas escolas como uma disciplina adequada”, afirmou em entrevista ao LeicestershireLive.
Um alerta que precisa ser ouvido
Segundo o padrasto, Rob Hopkin, não é possível saber se Tiegan já havia repetido o desafio antes. Ele destaca que a prática é “silenciosa e difícil de detectar”. A jovem deixa três irmãos: Brogan, 24; Alisha, 18; e Callum, 17.
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A família espera que a tragédia sirva como ponto de virada. Para Paul, as plataformas ainda falham em conter conteúdos que incentivam comportamentos perigosos — e a conscientização precisa ser urgente para evitar novas perdas.
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