Três homens estão no centro de um dos julgamentos mais delicados do país. Eles são acusados pela Procuradoria-Geral da República de arquitetar, em dezembro de 2022, um atentado explosivo no Aeroporto de Brasília com o objetivo de desestabilizar a democracia e tentar manter Jair Bolsonaro no poder de forma ilegítima. Agora, o Supremo Tribunal Federal decidirá se os três se tornam réus por crimes que incluem tentativa de golpe de Estado.
A análise está sendo feita pela Primeira Turma do STF, em plenário virtual, nesta sexta, 12 de dezembro. Os ministros têm até 19 de dezembro de 2025 para inserir seus votos. O processo é relatado por Alexandre de Moraes e também será avaliado por Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
O plano que chocou o país
O caso envolve o paraense George Washington de Oliveira Sousa e os comparsas Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza. Segundo a denúncia, os três se reuniram próximo ao acampamento golpista montado em frente ao QG do Exército, em Brasília, e elaboraram um plano para detonar uma bomba em um caminhão-tanque carregado de querosene de aviação na entrada do aeroporto.
George Washington montou o artefato com controle remoto, dinamites e quatro acionadores. Wellington dirigiu o caminhão onde a bomba foi colocada, e Alan ficou responsável por posicionar o explosivo e fazer duas ligações anônimas para espalhar pânico na cidade.
O plano só não foi adiante porque o motorista percebeu um objeto estranho no veículo e acionou a Polícia Militar. A investigação levou os agentes até o apartamento de George Washington, onde foram encontradas armas, munições e materiais de fabricação de explosivos.
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O que está em jogo no STF
A PGR afirma que o crime foi “instrumental”: o objetivo final seria provocar caos, derrubar o governo legitimamente eleito e abolir o Estado Democrático de Direito.
Os três já foram condenados na Justiça do Distrito Federal por explosão, incêndio e posse ilegal de armas. Agora, o Supremo analisará se eles também responderão por:
- Associação criminosa armada
- Tentativa de golpe de Estado
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Atentado contra a segurança de transporte aéreo
Para que se tornem réus, são necessários três votos favoráveis na Primeira Turma.
Prisão preventiva e impacto político
O trio segue em prisão preventiva, decretada pelo próprio STF, sem prazo para soltura — medida adotada para evitar riscos à investigação e à ordem pública.
O julgamento acontece em meio a um cenário de polarização política e ainda ecoa os efeitos das eleições de 2022 e dos ataques antidemocráticos posteriores. A decisão do Supremo pode moldar a forma como o Judiciário brasileiro reage a novas ameaças contra a democracia.
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19 de dezembro: data-chave para a decisão
O prazo para conclusão dos votos é 19 de dezembro. Até lá, o caso deve ganhar força no debate público e entre especialistas em direito e segurança nacional.
A decisão pode criar precedentes importantes, definir os rumos de futuras investigações e influenciar o clima político do país.
Resumo para entender o caso
- 3 acusados: George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza.
- Crimes investigados: tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada e atentado contra segurança aérea.
- Onde o caso está: Primeira Turma do STF analisa denúncia até 19/12.
- Motivação do plano: causar caos e contestar o resultado das eleições de 2022.
- Fato central: bomba colocada em caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília.
- Situação atual: réus seguem presos preventivamente.
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