Há regiões da Amazônia onde o silêncio da mata esconde conflitos antigos, tensões permanentes e disputas que insistem em reaparecer sob a forma da violência. Em áreas marcadas por invasões, decisões judiciais e operações de retirada, o trabalho no campo muitas vezes se transforma em risco extremo. Foi nesse cenário de tensão que uma operação federal terminou em morte no sul do Pará.
Um vaqueiro contratado pelo Ibama foi assassinado em uma emboscada na manhã desta segunda-feira (15), durante uma operação de desintrusão na Terra Indígena Apyterewa, no município de São Félix do Xingu. Ele participava da retirada de cerca de 350 cabeças de gado de uma área invadida, quando foi atingido por um disparo de arma de fogo na altura do pescoço enquanto conduzia os animais por um ramal estreito em meio à mata.
CONTEÚDO RELACIONADO
- OMS reconhece o fim da transmissão do HIV de mãe para filho no Brasil
- Vídeo: carro cai em igarapé durante chuva desta segunda-feira (15)
- Estátua da Havan desaba após fortes ventos em Porto Alegre
Segundo informações preliminares, o ataque ocorreu no momento em que equipes de órgãos federais e estaduais cumpriam uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a retirada de ocupantes ilegais da terra indígena. O grupo de vaqueiros levava o gado até um curral improvisado, de onde os animais seriam removidos da área, quando foi surpreendido pela tocaia.
Quer mais notícias nacionais? Acesse o canal do DOL no WhatsApp.

REFORÇO POLICIAL
A operação conta com reforço policial. Doze policiais militares e quatro policiais civis estão mobilizados na região. A Polícia Federal também enviou agentes à Terra Indígena Apyterewa para apurar o crime, identificar os responsáveis e garantir a continuidade da ação de desintrusão com segurança.
A Terra Indígena Apyterewa é uma das áreas mais conflituosas do Pará, historicamente marcada por invasões, criação ilegal de gado e confrontos relacionados à ocupação irregular. O assassinato do vaqueiro amplia a gravidade do cenário e reforça os riscos enfrentados por trabalhadores e agentes públicos envolvidos em operações de fiscalização ambiental na Amazônia.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar