Trabalhadores dos Correios aprovaram uma greve em sete estados após dois anos de alertas ignorados pela direção da empresa sobre a crise financeira. Desde 2023, documentos revelam que a alta gestão da estatal foi avisada sobre o risco iminente de falta de recursos, mas nada chegou a ser feito para evitar o colapso. Agora, em dezembro de 2025, a categoria decidiu cruzar os braços para exigir reajuste salarial, manutenção dos direitos e melhores condições de trabalho.
Essa paralisação não é um ato isolado, mas sim o resultado de uma longa batalha entre os funcionários e a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), marcada por negociações frustradas e uma crise econômica que ameaça a sobrevivência do serviço postal público. Entenda as causas, os impactos e os desdobramentos dessa greve para compreender o futuro dos Correios no Brasil.
A decisão que fez 7 estados pararem
Em assembleias realizadas no dia 16 de dezembro de 2025, sindicatos das maiores bases dos Correios aprovaram a greve em sete estados brasileiros. A decisão veio após meses de impasse nas negociações salariais e na defesa dos direitos trabalhistas. Os trabalhadores reclamam da demora da direção da ECT em apresentar propostas concretas para resolver a crise financeira que afeta a empresa.
Durante as assembleias, a categoria reforçou que não aceita ser penalizada por uma crise que não criou. Os trabalhadores exigem um aporte financeiro imediato, reajuste salarial retroativo a agosto e melhorias nos benefícios econômicos. Além disso, pedem manutenção integral dos direitos adquiridos e melhores condições para exercer suas funções cotidianas.
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Mas por que essa mobilização ganhou tanta força agora? A resposta está na combinação entre alertas financeiros ignorados pela direção e o desgaste acumulado pelos trabalhadores ao longo dos últimos anos.
A pressão aumentou especialmente depois que representantes da empresa insistiram na narrativa de inviabilidade financeira para justificar a ausência de propostas salariais adequadas. Essa postura gerou revolta entre os funcionários, que veem sua dedicação ameaçada por decisões administrativas distantes da realidade do dia a dia.
Documentos revelam riscos financeiros desde 2023
Desde 2023, documentos internos divulgados pela imprensa mostram que a direção dos Correios foi alertada sobre despesas crescentes e risco real de ficar sem dinheiro para operar. Esses relatórios apontavam para um cenário preocupante, com déficits orçamentários significativos e necessidade urgente de medidas estruturais.
Durante dois anos consecutivos, apesar das advertências claras sobre as finanças frágeis da empresa, nenhuma ação decisiva foi tomada para reverter ou mitigar os problemas. A falta de planejamento estratégico agravou ainda mais as dificuldades enfrentadas pelos Correios.
Entenda as reivindicações dos trabalhadores
A categoria dos Correios em São Paulo lidera um movimento forte contra as tentativas da direção da ECT de transferir à força dos trabalhadores os efeitos da crise financeira. Desde julho deste ano, foram apresentadas as seguintes reivindicações iniciais:
- Reajuste salarial imediato com retroativo desde agosto;
- Manutenção integral dos direitos trabalhistas;
- Aporte financeiro emergencial para garantir funcionamento;
- Melhores condições físicas e estruturais nos locais de trabalho;
- Defesa contra privatizações ou cortes indiscriminados.
O movimento grevista busca justamente pressionar para que essas demandas sejam atendidas com urgência. A paralisação foi aprovada em assembleias realizadas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba.
Com sete estados aprovando greve simultaneamente e documentos comprovando alertas financeiros desde 2023, fica claro que essa não é apenas uma disputa salarial comum — trata-se da defesa do serviço público postal brasileiro diante do risco real de colapso financeiro e institucional.
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