O Brasil registrou os primeiros casos da variante K da gripe H3N2, uma mutação do vírus influenza que já circula em outros continentes. A descoberta acontece em meio ao alerta da OMS sobre o aumento global da circulação deste subtipo viral.
As autoridades sanitárias brasileiras identificaram quatro ocorrências da variante K da influenza A (H3N2) em território nacional. O estado do Pará apresenta um caso com conexão a deslocamento internacional, enquanto Mato Grosso do Sul soma três registros que permanecem sob análise para determinar a fonte de contágio.
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A Fundação Oswaldo Cruz processou a amostra paraense em seus laboratórios no Rio de Janeiro. Já o material coletado no estado sul-mato-grossense passou por exames no Instituto Adolfo Lutz, localizado em São Paulo.
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Ambas as instituições possuem reconhecimento nacional como centros de referência em análises virológicas.
Características da variante K
Esta variante representa uma alteração genética da influenza A (H3N2), mas não constitui um agente patológico inédito. A circulação já ocorre em regiões da América do Norte, Europa e Ásia, conforme informações oficiais do Ministério da Saúde.
O documento de vigilância das síndromes gripais, publicado em dezembro, já havia sinalizado a presença do vírus K em solo brasileiro, porém sem fornecer especificações detalhadas.
O mesmo relatório também confirmou a detecção do subclado J.2.4 do mesmo vírus.
Alerta internacional e perspectivas futuras
A Organização Mundial da Saúde emitiu comunicado sobre o crescimento da circulação do vírus influenza globalmente desde outubro. A maior parte dos casos se relaciona ao subclado K (J.2.4.1) da influenza A (H3N2).
Este aumento coincide com o início do período invernal no hemisfério norte e com a elevação das infecções respiratórias agudas características da estação. A Organização Pan-Americana de Saúde alerta que a temporada gripal sazonal pode antecipar sua chegada ao hemisfério sul, incluindo o Brasil, em 2026.
Proteção vacinal e grupos prioritários
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária definiu as cepas que integrarão as vacinas contra influenza no país em 2026. O subtipo A (H3N2) foi incluído, mas o subclado K específico não consta na formulação.
O Sistema Único de Saúde oferece imunização gratuita para grupos vulneráveis:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Gestantes e puérperas;
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Profissionais de saúde e educação;
- Povos indígenas e população em situação de rua;
- Portadores de doenças crônicas ou deficiência permanente.
Sintomas e manifestações clínicas
A variante K apresenta os mesmos sinais de uma gripe convencional, mas com algumas particularidades conforme a faixa etária:
Sintomas gerais:
- Febre superior a 38°C;
- Calafrios e dor de cabeça;
- Dores musculares e articulares;
- Cansaço intenso;
- Tosse seca e dor de garganta;
- Coriza ou congestão nasal;
- Mal-estar generalizado.
Em crianças: A temperatura corporal pode atingir níveis muito elevados, com possível aparecimento de gânglios no pescoço. Complicações pulmonares como bronquite ou sintomas gastrointestinais também podem ocorrer.
Em idosos: A febre se manifesta quase sempre, às vezes sem outros sintomas acompanhantes, geralmente com temperaturas menos extremas que nas demais faixas etárias.
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