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Em meio a tragédia, cenas de humanidade emocionam

O desastre ocasionado pelo rompimento da barragem em Mariana (MG) deixou vários desabrigados e até está esta segunda-feira (9), pelo menos 25 desaparecidos. O distrito de Bento Rodrigues foi totalmente inundado com lama. A situação tem despertado um gran

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O desastre ocasionado pelo rompimento da barragem em Mariana (MG) deixou vários desabrigados e até está esta segunda-feira (9), pelo menos 25 desaparecidos. O distrito de Bento Rodrigues foi totalmente inundado com lama.

A situação tem despertado um grande movimento solidário em todo o país. As imagens da destruição, misturadas aos esforços de bombeiros e voluntários para ajudar quem perdeu tudo e aos que não conseguiram salvar-se sozinhos, como os animais, chegam a emocionar.

Histórias de sobreviventes - alguns só escaparam com a roupa do corpo - que voltam aos locais em que há apenas restos do que foram suas casas e seus pertences repetem-se, mas ao mesmo tempo são únicas.

O garimpeiro João Leôncio Martins, 63 anos, voltou à casa onde morava, no distrito de Bento Rodrigues, Mariana (MG), com uma única missão: encontrar os cachorros que deixou para trás quando fugiu da lama que invadiu o povoado, após o rompimento de duas barragens de detritos de mineração. Na correria, conseguiu salvar três animais, mas Fred e Leisi ficaram no local.

"Gosto de cachorro demais. Cachorro em casa, pra mim, é a mesma coisa que filho. Se eu não achar esses dois, não sei o que vai ser", contou. João morava com a mulher, a filha e a neta numa casa pequena que quase não permaneceu de pé após a passagem da lama. Ele chegou a tentar pegar um dinheiro e alguns documentos no guarda roupas, mas nada se salvou.

João Leôncio Martins, com sua casa ao fundo no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). (Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

No meio da conversa com jornalistas da Agência Brasil, a boa notícia: Fred, um dos cachorros do garimpeiro, foi resgatado pelas equipes de busca e levado para Mariana. Um dos bombeiros que atuam no local guardou a foto do bichinho e mostrou a João. "É ele sim, com certeza. Meu pretinho. Olha o toquinho de rabo dele aqui. É o meu Fred", contava, emocionado.

Veja mais imagens da tragédia

As equipes de resgate trabalham intensamente na procura de pessoas e animais vítimas da tragédia. “Os bombeiros trabalham com vida, qualquer forma de vida”, lembrou o subtenente Selmo de Andradre, que chefiou uma operação para o salvamento de uma égua e seu potrinho que estavam presos do meio da lama.

Através de sua página oficial no Facebook, Bombeiros postam e comemoram cada vida salva. (Foto: reprodução/Facebook)

“Todas as fotos de resgate de animais no meio da lama em Mariana me emocionam”, comentou a internauta Marcela Tenório.

Muitos tem elogiado o trabalho de bombeiros. “Parabéns @Bombeiros_MG pelo trabalho realizado em Mariana e imediações. O resgate feito naquela lama é inacreditável. #heróis”, parabenizou a internauta Laura Couto.

AJUDA

O comerciante Alair Nicolau da Silva, 50 anos, conta como era a vida no povoado. Entre tios, irmãos e primos, a família somava cerca de 40 pessoas vivendo no local. A casa onde Alair morava não existe mais - foi levada pela lama e pelo barro que desceram das barragens.

"Não consegui buscar nada, porque não existe mais a casa. Ela foi embora. Se essa lama toda tivesse chegado à noite, não tinha ninguém vivo agora. Imagina se os moradores todos estivessem em casa. Como seria?", pergunta Alair, sem que ninguém saiba responder.

Ao andar pelo local monitorado por homens da equipe de resgate, o comerciante compara Bento Rodrigues a um cenário de filme de terror ou mesmo de guerra. Mesmo diante de tantos prejuízos, ele mostra orgulhoso o crachá de voluntário na ajuda aos desabrigados e desalojados.

"Ajudo a separar roupas, a levar comida e água para quem está precisando e para comunidades isoladas. Só a gente sabe do sofrimento de cada um. Temos uma história de vida aqui. E perdemos tudo”, lamenta Alair, morador e sobrevivente da catástrofe em Bento Rodrigues.

O apoio a famílias que perderam tudo não faltou. Pelas redes sociais, comunidades foram criadas para receber doações, além de outras entidades que se mobilizam em prol das pessoas que ficaram desabrigadas com a tragédia.

(DOL com informações da Agência Brasil)

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