Um empresário que tentava organizar uma polêmica festa que propunha “rodízio de mulheres” foi detido nesta quinta-feira (26) em Pouso Alegre, estado de Minas Gerais.

O evento seria realizado em Poços de Caldas, também em Minas Gerais, e estabelecia que cada homem pagasse R$ 150 e "consumisse quantas garotas aguentasse”.

O empresário Ricardo Alves da Costa, de 35 anos, será investigado por fraude processual e favorecimento da prostituição.

Segundo a Polícia Civil, o suspeito era responsável pela distribuição dos panfletos e pela propaganda realizada através do Whatsapp.

Ricardo Alves teria tentado apagar estes dados do celular para que não fosse possível comprovar que as imagens eram transmitidas através do aparelho dele e, por isso, foi preso pelo crime de fraude.

Além disso, o empresário se recusou a cancelar a festa, denominada “Noite do rodízio”, e teria continuado a vender ingressos. Ele foi detido e levado para o presídio de Poços de Caldas. A delegada Maria Cecília Gomes vai apurar o caso.

A denúncia foi feita pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher do município. A presidente da organização, Cláudia Luciana de Oliveira Lourenço, contou que viu o anúncio da festa por meio do celular.

Imediatamente, ela e outras representantes do órgão procuraram o Ministério Público para solicitar medidas que impedissem a realização do evento.

“É importante que entendam que não é uma questão de moralismo, é uma questão que vai muito mais além a nossa preocupação”, afirmou Cláudia Luciana.

“Sabemos que cada um faz o que quer com o próprio corpo, mas explorar o corpo de uma pessoa de forma pejorativa e ofensiva, tratar como mercadoria, é inadimissível. Isso leva outros a pensarem que mulher pode ser tratada de qualquer jeito, é uma incitação ao machismo e violência contra a mulher”, continuou a presidente da organização.

A prefeitura da cidade interditou a boate onde a "Noite do Rodízio" seria promovida. Em nota, a instituição informou que o estabelecimento não tinha alvará de funcionamento.

A administração do local ainda ressaltou que "repudia qualquer iniciativa que desrespeite os direitos das mulheres e reitera seu compromisso com os direitos humanos".

(DOL com informações R7)

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