O envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em atos de obstrução à Justiça e embaraço à força-tarefa que apura o maior escândalo de corrupção do país foi reforçado após o seu depoimento ao juiz federal Sérgio Moro. Com as novas suspeitas um inquérito deve ser aberto contra o petista, na capital do Paraná, e resultar em mais um processo criminal, como destaca o jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (15).

Há indícios de que Lula buscou obstruir o trabalho da Justiça, com episódios que envolvem suposta destruição de provas e intimidação de autoridades ao longo dos três anos de investigações ostensivas. A defesa do ex-presidente afirma que a Lava Jato abriu "uma nova linha de ataque" contra o petista.

Réu em cinco ações penais, duas delas abertas por Moro, Lula é acusado de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o que também teria caracterizado o crime de obstrução à Justiça. Processo da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, de julho de 2016,

O ex-presidente passou quase cinco horas sendo interrogado em Curitiba, e confirmou ter se reunido com três alvos da Lava Jato em 2014, quando as investigações já haviam sido deflagradas. Porém, Lula negou irregularidades.

Encontros com o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e com o ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, foram narrados pelo petista. As pessoas em questão também réus da Lava Jato e já condenados. Eles confessaram, que Lula teria pedido para que provas fossem destruídas.

Os três investigadores da força-tarefa, que conversaram com o jornal e pediram para não ter os nomes revelados, confirmam as informações de que Lula não era alheio ao esquema de corrupção na Petrobras. Procuradores e policiais federais dizem que esses indícios fornecem elementos para aprofundar apurações de novos crimes.

(Com informações da Folha de São Paulo).

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