O embaixador brasileiro João Carlos de Souza-Gomes foi afastado pelo Itamaraty do cargo ocupado por ele na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO): ele responde a um processo administrativo (PAD) por assédio sexual contra colegas de trabalho. Uma delas afirmou que o embaixador a obrigava a vesti-lo.

João Carlos de Souza representava o país junto ao órgão internacional, em Roma, e com isso, o embaixador retornará ao quadro de servidores do Ministério das Relações Exteriores (MRE) em Brasília.

A decisão é importante, pois significa que ele não voltará a chefiar, na Itália, as mulheres que o denunciaram.

Mulheres que trabalharam com João Carlos Souza-Gomes relataram graves casos de abuso à reportagem da Folha de S.Paulo.

Uma delas disse que o embaixador a obrigava a vesti-lo, a calçar meias nele e abotoar as calças dele. Outra disse ter sido chamada de gostosa e, em uma situação, Souza-Gomes teria feito outros diplomatas aplaudirem a funcionária pela beleza dela.

“O afastamento de um embaixador dessa envergadura que responde a denúncias de assédio é fato inédito. Esperamos que se torne corriqueiro. Entretanto, vale lembrar que o PAD não terminou e que remoção não é punição. Seguimos atentos”, afirmou Ernando Neves, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty).

O Itamaraty não quis comentar sobre a remoção de Souza-Gomes do cargo.

(Com informações do portal Metrópoles)

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