Passadas mais de 48 horas do incêndio e desabamento do antigo prédio da Polícia Federal no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, os Bombeiros mudaram a estratégia de operações sobre os escombros e consideram muito improvável encontrar pessoas ainda com vida.

"Não digo impossível porque sempre há esperança, mas é muito improvável. São condições incompatíveis com a vida", disse o capitão Robson Mitsuo, que anunciou a decisão dos Bombeiros.

O desabamento em si, a temperatura de mais de 600º, e o tempo passado desde o início da ocorrência foram determinantes para a decisão das equipes sobre a mudança de operação.

Um prédio do Largo do Paissandu desabando agora a pouco pic.twitter.com/wntceeK6w6

— Richard Paiva (@orichardpaiva) 1 de maio de 2018

Os Bombeiros chegaram a considerar a possibilidade de haver bolsões vitais no subsolo do edifício, mas ela foi descartada após buscas das equipes por meio de um acesso aberto a partir do prédio vizinho ao desmoronamento.

Os trabalhos continuam com o uso de maquinário pesado, com o intuito de agilizar a remoção dos escombros. Prossegue também o resfriamento da estrutura, que ainda apresenta focos de incêndio, além da atenção visual à presença de possíveis vítimas. 

"A qualquer sinal as máquinas vão parar e serão feitas buscas manuais e com cães farejadores", completa Mitsuo.

Cerca de 78 agentes e diversas viaturas, incluindo retroescavadora, trator e martelete permanecem na área do desmoronamento, realizando trabalhos em três frentes: busca e salvamento, rescaldo do incêndio e liberação de via. Os escombros somam cinco andares de altura. 

06h05 No local do colapso estrutural do difícil no Largo do Paissandu, agora com o uso de Maquinário pesado para retirada de escombros, no local 20 viaturas com 62 homens empenhados nessa missão. Os cuidados ainda continuam, apesar do uso de máquinas. pic.twitter.com/HEZ5M7TWIY

— 193-Bombeiros PMESP (@BombeirosPMESP) 3 de maio de 2018

O prazo de 48 horas segue um protocolo estabelecido internacionalmente para buscas. Os Bombeiros dizem que até uma semana depois é possível encontrar possíveis sobreviventes, mas a possibilidade é drasticamente reduzida após o prazo protocolar.

O outro prédio atingido parcialmente pelo incêndio segue sob monitoramento, por meio de detectores de movimento que acusam qualquer sinal de deslocamento na estrutura.

A Prefeitura de São Paulo trabalha com o número de quatro desaparecidos: Ricardo, conhecido como "Tatuagem", e uma mãe, Selma, e seus dois filhos.

Na praça No largo do Paissandu, dezenas de pessoas que moravam na ocupação continuam acampadas ao longo da madrugada.
Movimentos populares e religiosos estiveram presentes ao longo da noite na praça para entregar doações aos acampados, entre roupas e alimentos prontos para consumo, como sopas.

(Folhapress)

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