Um tema de redação proposto em uma escola estadual em Campo Grande, vem sendo muito criticado nas redes sociais por ter abordado o movimento da hashtag #EleNão. 

Os internautas defensores do programa 'Escola Sem Partido' acusaram a professora de fazer "doutrinação política" em sala de aula. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED-MS), afirmou que não ocorreu qualquer posicionamento político, contrário ou favorável, por parte da docente. 

A repercussão começou após uma foto viralizar na internet, mostrando o enunciado da atividade de recuperação paralela que está escrito no quadro da sala: "Está marcado para o dia 29 de setembro um encontro nacional intitulado Mulheres Unidas contra Bolsonaro. Diante do atual cenário político nacional, com base nos conhecimentos construídos durante toda a sua vida, escreva um texto dissertativo-argumentativo acerca da relevância de tal evento".

Com isso o perfil da professora no Facebook foi exposto por usuários que criticaram o tema, o qual a acusaram de manifestar posicionamento político. 

Alguns professores que trabalham com a professora saíram em defesa da colega, explicando que a atividade era para promover uma reflexão sobre o assunto, sem necessariamente defendê-lo. 

"Trabalho com a professora e indubitavelmente sua proposta de redação neste momento latente da política brasileira foi interpretado como 'doutrinação política', porém não era intenção dela gerar este desconforto para estudantes e principalmente para os pais", escreveu um dos professores na rede social.

Em nota, a SED-MS afirmou que a atividade em sala de aula foi destinada para a construção de uma redação baseada em fatos de alta relevância, característicos deste período de campanha eleitoral e de movimentos sociais. 

"Com o intuito de auxiliar os estudantes que passam pelo período preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares, a atividade foi mais uma oportunidade de abordar um tema que poderá ser foco de futuras avaliações com assuntos de grande repercussão", afirmou a Secretaria, que ainda ressaltou que "não ocorreu qualquer posicionamento político — contrário ou favorável — por parte dos profissionais envolvidos".

A SED-MS acredita o ambiente escolar é um campo que "possibilita diversas formas de aprendizado, bem como este propiciado pela Unidade Escolar".

O tema escolhido pela professora, dividiu as opiniões dos usuários nas redes sociais. 

Engraçado, um bando de gente insiste em dizer que os professores são “doutrinadores esquerdistas”, mas ao mesmo tempo, não vejo nenhum professor “direitista” em sala de aula. O “problema” está nos professores ou no conhecimento que esses detem? 🤔

— Rodrigo Barcelos (@rodbarcelos23) 4 de outubro de 2018

Ela usou um assunto atual, com os professores vem fazendo há décadas. Nas provas de vestibular isso já acontecia em 1970, quando fiz vestibular

— waldemar araujo (@waldemariaraujo) 5 de outubro de 2018

@escolasempartid
Vergonha, em um outro colégio teve uma prova com a imagem de Bolsonaro de forma pejorativa. Militantes travestidos de professores.

— Henry⚫🔴🇧🇷🇮🇱Deus+Família+Brasil1⃣7⃣ (@Henry14CRF) 4 de outubro de 2018

Ela fala pra falar sobre a relevância do evento, apenas. Acho que o país precisa de gente que saiba argumentar assim como interpretar texto

— Tanaê (@tanaemurr) 4 de outubro de 2018

Professora colocando os estudantes para pensar e argumentar sobre um tema que está sendo discutido pela sociedade. Exatamente como recomendam os programas das escolas públicas e privadas. É uma atividade normal, ela vai analisar a qualidade do texto.

— Lílian Speaks (@mslilian_speak) 4 de outubro de 2018

Apoio a Criminalização do Socialismo e Comunismo. Apologia a esses tipos d regime precisam sem tratados como a apologia ao Nazismo. Todos sempre abrem caminho para ditaduras, caos e guerras. Vou mais além, extinção da Sigla PT assim como a suástica foi. #JairBolsonaro17 #FimdoPT

— CleitonMagalhaes (@CleitonMagalh11) 4 de outubro de 2018

TEM QUE SE AFASTADA IMEDIATAMENTE, ESCOLA NÃO É LUGAR DE DOUTRINAÇÃO COMUNO-PETISTA.

— LUCIANO DAVID (@LUCIANO_DAVID) 4 de outubro de 2018

(Com informações do Portal do Holanda)

MAIS ACESSADAS