Benedito Pereira Andrade, 73 anos, costumava trabalhar cono Papai Noel nos finais de ano. Apesar de ter barba e cabelos brancos, o perfil dele parece ser perfeito para a vaga. Ele esperava que aparecesse várias propostas de trabalho, mas como mesmo disse, "Não tá fácil".   

Benedito Pereira tenta arrumar bicos como Papai Noel, mas diz "Não tá fácil". Foto:  Ricardo Caroba.

O aprendiz de bom velhinho chama atenção pelo visual, "Eu passo perto de ônibus, a criançada chama, carro passa e me chama: ô Papai Noel, cadê meu presente?". Porém, seu Benedito, ainda não está alegrando as crianças em lojas ou eventos.

"Não tá fácil, tá ruim a coisa. Principalmente pra esse Papai Noel aqui, pé frio. Eles pegam mais pessoas de fora, de empresa, ou não vão com a cara da gente. O sotaque da gente é de caipira. Preferem a outra pessoa. O outro quer pegar um biquinho também", disse ele.

Nos anos anteriores, seu Benedito conseguiu ganhar uma renda extra. "Eu trabalhei (como Papai Noel) por dois anos, mas em casa de família, trabalhei na creche. Mas pouco serviço sabe? Eles me davam a roupa e eu ia", afirmou seu Benedito.

Ele mora em uma casa simples, que está passando por reparos e construção, Benedito ajuda a levar o sustento para a família. Tem oito netos e um bisneto e se diverte pela forma como eles lembram do avô. "As crianças gostam, se sentem importantes. Ah, sou neto do Papai Noel".

Seu Benedito com os netos. Foto: Ricardo Caroba.

(DOL)

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