Um dia após a programação do último domingo (11) do Círio 2020, era intenso o movimento de devotos em frente a Basílica Santuário de Nazaré. Alguns fiéis chegaram cedo para poder participar das celebrações eucarísticas. Outros, enfrentaram uma grande fila para poder ver de perto a imagem original de Nossa Senhora. O espaço entre a igreja e a praça santuário (CAN), foi tomada pelos promesseiros que foram agradecer as bênçãos e depositar seus objetos nas barcas disponíveis na praça para a coleta. Ainda seguindo o novo formato da programação, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) também manteve a visitação à Imagem Peregrina que fica no altar da praça santuário.
A aposentada Raimunda do Carmo, 62 anos, contou que chegou na igreja por volta de 6h da manhã para participar da primeira missa do dia. “Todo esse esforço vale muito a pena. Não tivemos o nosso círio como a gente gosta, mas estou aqui mais um ano na casa da ‘mãezinha’ para agradecer todas as bênçãos e as graças alcançadas por meio de seu intermédio”, disse.
Para as visitas, estavam sendo organizados grupos de 15 pessoas, que adentravam a basílica para fazer suas orações e registros. Já para depositar as promessas, os fiéis acessavam a praça santuário pelo portão principal, entregavam seus objetos a um dos guardas da santa, que era encarregado de colocá-los nas barcas. “Eu sei que é difícil controlar a manifestação de fé das pessoas, mas estou vendo que está tendo uma organização legal, que traz de verdade essa segurança para nós nesse momento que ainda não podemos relaxar nos cuidados”, lembrou a devota Joice Medeiros, 36.
AVALIAÇÃO
O coordenador da Festa de Nazaré, Albano Martins, fez um balanço da programação do último final de semana dos festejos. Segundo ele, todo o programado foi cumprido sem nenhum ponto negativo. “Todo o nosso planejamento foi cumprido positivamente, incluindo as cerimônias e os trajeto simbólicos, como o sobrevoo pela cidade e a entrada da berlinda na praça santuário. Recebemos muitas mensagens de gratidão e elogiando a inciativa”, afirmou. “Nós tivemos todas as nossas grandes cerimônias do círio. A apresentação do cartaz no mês de maio, passando pela apresentação do manto até a descida da imagem. Acho que conseguimos cumprir todo o calendário e ao mesmo tempo privilegiando e resguardar a saúde da população”, pontuou.
Albano Martins lembrou que o círio é uma manifestação popular difícil de conter. “O povo que quis ir às ruas e não temos como conter. Mas a gente entende o sentimento, e respeita o roteiro que foi feito de forma tranquila, sem nenhum incidente ou problemas relatados pelos órgãos de segurança, que colocaram a segurança dos devotos sempre em primeiro lugar”, destacou.
Imagens se encontram em celebração na Pedreira
A igreja de Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Pedreira, em Belém, recebeu uma visita ilustre em meio aos festejos pelo dia da padroeira do Brasil. A imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré foi levada até a igreja, na manhã desta segunda-feira (12), para alegria de dezenas de fiéis que participavam das celebrações pelo dia de Nossa Senhora Aparecida. A igreja recebeu público reduzido ao longo do dia, devido as medidas para evitar a propagação do novo coronavírus. Não houve a tradicional procissão luminosa pelas ruas do bairro como ocorria nestes últimos anos. No domingo, porém, muitos fiéis participaram de uma carreata noturna pelas ruas homenageando a padroeira.
Noite também foi de grande movimento na praça Santuário
Uma multidão lotou na noite deste feriado (12), primeiro dia após o Círio, a área ao redor da Basílica Santuário. Para acessar a esses espaços, os visitantes precisam enfrentar longas filas como uma das medidas sanitárias adotadas pelos organizadores da festa por conta da pandemia. Na igreja, é permitida a entrada de trinta pessoas por vezes, até que a mesma quantidade se retire. O limite máximo é de 500 pessoas com distanciamento de duas pessoas por banco.
A carioca Regina de Oliveira, de 39 anos, foi uma das devotas que viu no altar da Basílica, a imagem original de Nossa Senhora, encontrada pelo caboclo Plácido de Souza, em 1700, e que desceu do glória no último sábado (10). “Esse foi um dos ‘círios’ mais marcantes para mim, vai ficar na história. Marcante por ver o povo na rua mesmo sem procissão. Não moro aqui e costumo dizer que não entendo a fé do povo paraense, é inexplicável”, disse a autônoma acompanhada da filha Ester, de 13 anos. A imagem original fica no altar da Basílica até o dia 25, de 5h às 21h, depois ela é colocada novamente em uma redoma de cristal, no topo do altar do templo mariano.
Na Praça Santuário, em frente à igreja, a fila organizada pelos guardas de Nazaré para ver a imagem peregrina, dobrava a lateral do espaço. É permitida a entrada de 20 pessoas por vez, uma passagem rápida em frente à imagem para oração e foto. O horário para visitação é de 12h às 21h. A imagem peregrina está dentro da berlinda na praça até hoje (13), depois a berlinda sai e a imagem fica no altar da praça até 25 de outubro.
A aposentada Raquel O’Brien, 88, não abriu mão de ver a santa de pertinho. Levada pelo filho Marcelo, a idosa é só gratidão por mais um Círio que passou com saúde. “Para mim, na idade que estou, foi maravilhoso. Estou lúcida, vendo tudo, posso conversar, então está sendo ótimo. Agradeço pela idade que tenho e como estou”, afirmou.
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