Após 15 dias de homenagens à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), juntamente com a Arquidiocese de Belém, realizaram na noite deste domingo (25) o encerramento da programação oficial do Círio 2020. Seguindo os protocolos de segurança contra a Covid-19, poucas pessoas puderam participar da missa na Basílica Santuário, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Correia.
Além dos devotos, participaram também da celebração eucaristia membros do clero e integrantes da Diretoria da Festa. Ao final da celebração, Dom Alberto Taveira anunciou o tema do Círio 2021: “O Evangelho da Família na Casa de Maria”. O público que permaneceu no entorno da Praça Santuário pôde assistir uma projeção na faixada da igreja, com imagens de círios anteriores e a história do achado. Um show pirotécnico de aproximadamente cinco minutos iluminou o céu, encerrando a noite festiva.
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A edição de número 228ª do Círio de Nazaré entrou para a história. No ano em que o mundo foi atingindo pela pandemia do novo coronavírus, o festejo precisou se reinventar, tornando-se um círio da interatividade e conectividade, o que pareceu não abalar a fé de milhares de pessoas que, mesmo sem as 13 procissões oficiais da festividade, foram às ruas manifestar a fé e agradecer as bênçãos concedidas através da virgem.
Com o tema do Círio 2021, a igreja de Belém propõe uma reflexão ao valor que se deve dar à família. “Nazaré foi a família de Jesus, Maria e José, então, nossos olhares se voltaram para a importância da família. Família que se constrói aqui, em torno da Basílica de Nazaré, a família do povo de Deus, a sagrada família, e a família de cada um de nós, com nossos limites, qualidades e lutas”, disse o arcebispo de Belém.
Dom Alberto Taveira destacou ainda que a resposta e a participação dos devotos na programação em um ano atípico foi a marca do Círio 2020. “Repetimos sempre que o povo faz o Círio. Com todas as dificuldades os devotos participaram pelos meios de comunicação e também foram às ruas, mesmo a gente pedindo para que ficassem em casa. Não foi fácil de servir e realizar esse Círio. Foram meses de reflexão e oração. E tenho certeza que o Espírito Santo conduziu, porque o povo de Deus entendeu. Não tem jeito de arrancar o círio do nosso povo”, avaliou.
O secretário da DFN, Jorge Xerfan, também comentou a avaliação positiva feita pela equipe organizadora da festa este ano. “A pandemia nos pegou de surpresa, e costumamos dizer que nós sabemos fazer círio, mas a gente não sabe não fazer círio. Graças à Deus o Espírito Santo, por intermédio de Nossa Senhora de Nazaré, iluminou nosso coordenador, e cumprimos nosso papel dentro das possibilidades”, destacou Xerfan.
Fiéis fazem fila para se despedir da imagem original
Desde as primeiras horas da manhã deste domingo (25) centenas de fiéis formavam filas em frente à Basílica Santuário, para se despedir da Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré, que hoje (26) retorna ao Glória, durante o encerramento da Quadra Nazarena. Nem mesmo o sol e a espera de quase duas horas para acompanhar as missas que marcaram a despedida da Imagem fez com que os devotos desistissem de participar desse momento. O tempo longo do lado de fora estava ocorrendo por conta do número limitado de pessoas que podiam adentrar a parte interna do templo, em respeito aos protocolos sanitários de prevenção à Covid-19.
Odacinete Marques, de 57 anos, que trabalha vendendo doces e salgados, chegou por volta das 7h da manhã de ontem, em frente à Igreja de Nazaré para se despedir de Nossa Senhora. Muito emocionada, ela contou que todo sacrifício de esperar por cerca de duas horas na fila, valia a pena. “Eu tenho tanto a agradecer. E eu só quero isso mesmo, agradecer pela saúde dos meus filhos, pela minha saúde, por todas as manhãs que tenho acordado para mais um dia de vida, enquanto tantos estão perdendo as suas para esse vírus”, disse. Nem mesmo a prótese que usa e que a faz andar com dificuldade a impediram de participar desse “até breve”.
Também na fila aguardando pelo momento de reencontrar a Imagem Original de Nossa Senhora, a aposentada Maria José Pereira, 78, conversava e se dizia disposta a enfrentar a espera. Ela contou que este ano as celebrações do Círio de Nossa Senhora de Nazaré ocorreram de uma forma bem diferente da qual estava habituada, mas nem por isso, a festa em homenagem à Padroeira dos Paraenses, perdeu o seu brilho. “Este ano passei o Círio na casa de uma de minhas filhas sentada em uma mesa em frente à televisão acompanhando tudo. Mas mesmo assim foi muito bonito, foi muito importante”, disse ela emocionada.
Hoje a partir das 6h30 ocorre a celebração, sem a participação dos fiéis, da missa que vai conduzir a Imagem Original de volta ao Glória. A imagem histórica que foi encontrada pelo caboclo Plácido, por volta dos anos de 1700 e deu início às celebrações do Círio de Nazaré, ficou por 15 dias mais perto dos fiéis em uma redoma de vidro no altar da igreja. Depois disso, ela só desce novamente em maio, quando é comemorado o aniversário da elevação da Basílica à condição de Santuário.
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