O Complexo do Ver-o-Peso é um dos cartões-postais de Belém mais frequentados pelos turistas durante o período do Círio. Vendedores, artesãos e feirantes acreditam que a festividade representa boas vendas. Com as medidas restritivas contra a covid-19 mais flexíveis e a vacinação em andamento, eles observam que muitos consumidores já buscam pelos mais variados produtos e que as vendas tendem a ser melhores que no ano passado.
A vendedora de biojoias Jacqueline Soares, 31 anos, relata que principalmente no período da manhã, as vendas têm sido muito melhores. “Já senti uma grande mudança, sobretudo de turistas vindo até a barraca. Há poucos meses, as vendas estavam fracas, mas já melhoraram em mais de 50%, e espero que até o Círio chegue perto dos 100% de lucro”, calcula.
“A gente sabe quando a pessoa é daqui e quando não é. Os moradores daqui gostam dos produtos, mas não tanto quanto os turistas. Mesmo sem procissão, as pessoas estão podendo viajar, vem conhecer a barraca e se interessam pelas joias”, avalia.
O foco das vendas, segundo ela, são as pulseiras e os brincos. “Vendemos de tudo, mas estes dois itens são os carros-chefes. Também faço artigos com a temática do Círio, como colares, chaveiros e imã de geladeira a preços acessíveis, pois os clientes também procuram”, acrescentou.
Ainda no Complexo, a barraca de cachaças, licores, geleias e pimentas da Yorrany Leão, 21, é um dos atrativos para os consumidores. As vendas, de acordo com ela, já estão melhores em comparação a 2020, porém, em termos de porcentagem, até o Círio, acredita que faturará um pouco acima de 10%, levando em consideração apenas um dos produtos mais vendidos, a cachaça com as flores de jambu.
“Tudo aumentou de preço, inclusive as sementes e as fitas que decoram as garrafas. Porém, o preço da cachaça tivemos que manter, mesmo tendo como nosso principal público os turistas”, diz ela.
Além das cachaças, outro produto que também chama a atenção dos consumidores são os pratos de cerâmica contendo geleia, cachaça ou pimenta. Uma novidade na barraca é a cachaça do Maranhão, que chegou este ano. “São aguardentes artesanais de cana, de frutas e algumas mais fortes que, ao beber, é interessante que o consumidor evite tomar banho em seguida, por serem muito fortes”, explicou Yorrany.
ESPERANÇA
Embora para muitos feirantes as vendas já estejam melhores, para outros, a expectativa é que melhorem mais próximo do Círio. É o caso do vendedor de ervas da Amazônia, Jonathan Souza, 28. Ele diz que ainda não percebeu um movimento muito grande, mas acredita que é compreensível porque ainda estamos praticamente no fim do mês, quando muitas pessoas ainda estão sem dinheiro. A esperança é que no começo de outubro, principalmente com a chegada de mais turistas à cidade, tudo melhore. No ano passado, segundo ele, as vendas foram muito boas e surpreenderam. “Este ano, esperava que por esta época fosse melhor, mas ainda está devagar. Mas acredito que não ficou ruim só para a gente, ficou ruim para os feirantes de um modo geral”.
Os produtos que mais têm tido saída são os banhos para abrir os caminhos da felicidade, banhos relacionados à saúde e para combater doenças respiratórias. Quanto aos perfumes atrativos, os consumidores também procuram aqueles que trazem boas energias e harmonia.
“São produtos que o ser humano se apega porque estamos em uma situação difícil, de saúde e de emprego. E a gente precisa acreditar em algo que nos faça bem. Sempre falo para os clientes que hesitam em acreditar que, se estão com o pensamento duvidoso, não dará certo mesmo. É preciso confiar e depositar pensamento positivo e fé”, destacou. Na barraca, o Jonathan vende os banhos, em média, a R$ 15 e três unidades dos perfumes pequenos a R$ 10.
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