Fitas coloridas, pernas de pau, brinquedos de miriti, boi-bumbá, carimbó, percussão. Na véspera do Círio de Nazaré, Belém fica mais colorida e ritmada. Tudo por causa do Arrastão do Pavulagem que reverencia a Virgem e mostra a cultura popular por onde passa.
O cortejo começa quando a imagem de Nazaré aporta na escadinha do cais do porto, vinda de Icoaraci na romaria fluvial. Ela é recebida por milhares de fiéis e pelos músicos do Batalhão da Estrela que tocam “Vós sois o Lírio Mimoso” no ritmo da marujada de Bragança.
Depois da homenagem, a imagem segue para a motoromaria e o arrastão vai em direção a Cidade Velha, percorrendo o Ver-o-Peso até chegar à praça do Carmo.
Há dez anos o arrastão movimenta cerca de 500 pessoas para a organização que se misturam a 20 mil pessoas para o cortejo. “A cada ano o público se renova, mobilizamos um número considerável de pessoas e artistas que possuem cultura e músicas diferentes”, disse Valter Figueiredo, produtor do arrastão.’
O arrastão é um momento de expressão da arte aliada a fé. “No arrastão existe um sentimento de alegria, é um momento de confraternização, de receber as pessoas e mostrar nossa cultura para todos”, complementa Valter.
O músico Ribamar Cardoso, de 77 anos, conhecido como mestre Cardoso, participa desde 2005 do cortejo. “Trago o boi d’ouro fino, de Ourém para cá. Nós temos tradição no boi-bumbá. É um prazer mostrar a cultura de lá para todos aqui em Belém”, revela.
No decorrer do trajeto o Batalhão da Estrela (formado pela percussão, pernas de pau e dançarinos do arrastão) se unem a artistas populares para tocar carimbó, boi bumbá, pássaro e mazurka. Todos caracterizados com chapéus de fitinhas, blusas e demais adereços.
Este ano, a cobra grande de miriti, símbolo da homenagem e que faz alusão à corda dos promesseiros, do Círio de Nazaré, será substituída por uma cobra feita de garrafas pet, material sustentável e de maior resistência. “Vale lembrar que os brinquedos de miriti são uma referência ao Círio e aos artesãos de Abaetetuba. Nós redimensionamos os brinquedos, eles são uma matriz de identidade, tradição que tem inúmeras possibilidades visuais”, contou Valter.
Na Praça do Carmo chega ao fim o cortejo com um minuto de silêncio do público para ouvir a Valsa dos Roque-roque, tradicional brinquedo de miriti.
(Sâmia Maffra, Dol)
Clique no link abaixo para conferir em vídeo a homenagem do Arraial do Pavulagem à Virgem de Nazaré

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