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CÍRIO DE NAZARÉ

Guarda de Nazaré: proteção. Para eles, uma missão de fé

Ser um guarda de Nossa Senhora de Nazaré não é tarefa fácil. Exige de seus membros dedicação, atitude e, acima de tudo, sensibilidade para com a fé católica e com os devotos da padroeira. O trabalho é 100% voluntário, com atividades que se realizam o ano

Ser um guarda de Nossa Senhora de Nazaré não é tarefa fácil. Exige de seus membros dedicação, atitude e, acima de tudo, sensibilidade para com a fé católica e com os devotos da padroeira. O trabalho é 100% voluntário, com atividades que se realizam o ano todo. Mas é no período do Círio de Belém que esses homens são chamados para cumprir a missão de não deixar nada de errado acontecer e fazer com que toda a programação ocorra da forma mais perfeita possível.

Essa tarefa o aposentado Cidalírio da Silva, de 70 anos de idade, conhece bem. Um dos mais antigos guardas de Nazaré, ele entrou para o grupo há 43 anos, 12 meses depois de sua criação. Na época, entrou para a chamada retaguarda do Círio, lugar da procissão em que os guardas costumam fazer um cordão de isolamento para proteger a berlinda que conduz a imagem de Nossa Senhora. A função não é fácil e exige paciência com os romeiros, que todo ano querem se aproximar para tentar tocar na imagem da santa. “Já apanhei na cara, levei beliscões e centenas de empurrões. Tem de estar preparado espiritualmente e entender que todos aqueles romeiros são irmãos de fé”, diz ele.

Apesar da idade e da experiência acumulada ao longo dos anos na função, Cidalírio ainda se considera um jovem entusiasta da procissão. Faz questão de participar de todos os eventos da festa e não se incomoda com a cansativa rotina de correr atrás da imagem de Nossa Senhora. Na sexta que antecede o Círio, acompanha todo o translado para Ananindeua. No sábado, já está de pé às 3h30 para levar a santa até Icoaraci. Vai para a Trasladação, acompanha todo o cortejo de domingo e, na segunda, às 7h, já está a postos para guardar os carros da procissão. Fora esse período, acompanha as missas dominicais na Basílica-Santuário, onde supervisiona outros guardas. “Vou a todas as peregrinações com a mesma emoção de iniciante. O Círio é a minha vida”, afirma Cidalírio.

JOVENS

Ao contrário do veterano, o jovem Djalma Farias, 19, começou na Guarda de Nazaré no ano passado. Por influência dos pais, ele começou na guarda-mirim aos 7 anos de idade. Em 2016, ajudou na organização do Círio como guarda adulto pela primeira vez, com a função de proteger os fiéis que caminham ao redor das estações. “O esforço é muito grande pela quantidade de pessoas e o forte calor. Sempre tem empurra-empurra, principalmente na estação que fica próxima da corda”, detalha.

Assim como Djalma, o servidor público José Harad, 23, participará do seu segundo Círio como guarda da Santa, junto com o pai, que já atua na função há 3 anos. Terá a tarefa de puxar a primeira das 5 estações da passagem de domingo. É ela que também ajuda a dar ritmo à procissão. Segundo ele, o medo de não conseguir ir até o fim ficou para trás e hoje se sente mais preparado para ajudar na organização. “Este ano, estou mais preparado, mais devoto e com a fé mais fortalecida”, afirma.


PARA ENTENDER

A CRIAÇÃO E A ESTRUTURA DA GUARDA

Criada em 1974, a Guarda de Nossa Senhora de Nazaré é formada por católicos do sexo masculino, com idade superior a 18 anos. Ela é a primeira “guarda” católica de que se tem notícia no Brasil, servindo de inspiração para o aparecimento de outras.

O efetivo atual é de mais de 1.200 voluntários, que têm a missão de cuidar da berlinda de Nossa Senhora de Nazaré e ajudar na organização das procissões, sempre em harmonia com a Diretoria da Festa.

Além disso, a guarda tem a tarefa de supervisionar a Praça Santuário durante a festividade Nazarena e em outras solenidades ocorridas durante o ano, zelando pela disciplina e respeito em relação à utilização do espaço, especialmente do Altar-Santuário.

Também cabe à Guarda de Nossa Senhora de Nazaré zelar pela Basílica, vigiando o seu interior e adjacências do templo, para que todos tenham segurança e se comportem segundo a orientação do vigário.

Para ser guarda, é preciso ser indicado por um guarda, que se torna padrinho do aspirante. Depois, é necessário participar do curso de formação de 3 meses, onde se recebem orientação da função e ensinamentos sobre as doutrinas da Igreja. E, para manter-se na função, deve ser participativo nas atividades da paróquia. A camisa oficial de Guarda da Santa só é entregue a quem participa de pelo menos 30 missas e 30 reuniões.

(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)

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