A 226º edição do Círio de Nazaré injetará quase R$ 1 bilhão de reais na economia paraense e deve gerar aproximadamente 60 mil empregos. É o que diz estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). Os dados foram apresentados ontem (21) pela Diretoria da Festa de Nazaré.

Os 800 metros de Corda que serão usados para puxar a Berlinda de Nossa Senhora de Nazaré, na Trasladação e no Círio, já chegaram a Belem. pic.twitter.com/1uX28GCzAt

— Círio de Nazaré (@CirioOficial) 20 de setembro de 2018

No total, a festividade nazarena tem custos estimados em aproximadamente R$ 3,8 milhões.

O Círio movimenta quase todos os setores produtivos da economia paraense, principalmente os de serviço, comércio, agropecuária e indústria, como explica Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese PA.

“No setor serviço, destacam-se as atividades ligadas ao turismo, seja ele religioso, receptivo, de eventos ou de negócios”, explica Sena. “Com isso, além de evangelizar, o Círio de Nazaré também funciona como um grande propulsor da economia no Estado, gerando emprego e renda”.

O Dieese calcula que serão cerca de 2 milhões de pessoas na grande romaria do dia 14. Deste total, aproximadamente 80 mil são turistas. O estudo estima ainda que o movimento turístico deve deixar em Belém aproximadamente U$ 30,4 milhões de dólares, o que equivale a quase R$ 125 milhões de reais.

Se comparado ao ano passado, o aumento de custos foi de 3,51%, um pouco abaixo da inflação estimada para o mesmo período que é de 4%. O diretor financeiro da Festa de Nazaré, Humberto Catunda, destaca que entre maiores despesas da festa nazarena, estão as atividades de evangelização. “O Círio não tem receita, então trabalhamos em buscar recursos para pagar as contas”, destaca.

APELO

Uma das lutas da Diretoria da Festa é conscientizar os romeiros quanto às complicações trazidas pelo corte antecipado da corda. Além de poder causar acidentes, a diretoria destaca que o ato pode prejudicar o fluxo da procissão, como explica o diretor coordenador da festividade, Cláudio Acatauassú.

“Ao promesseiro que vai na corda, nós fazemos um apelo: que deixe a corda chegar na íntegra. Se você permite que cortem a corda, está quebrando sua promessa, além de prejudicar o bom andamento da procissão. A Diretoria da Festa não tem ingerência sobre esse momento, mas tentamos fazer essa conscientização”.

EM NÚMEROS

CÍRIO DE NAZARÉ: R$ 1 bilhão é a previsão de recursos que serão injetados na economia do Estado durante o período da Festa.

60 mil empregos devem ser gerados, diretos e indiretos, com a movimentação desses recursos durante todo o período mariano, segundo o Dieese. 

R$ 3,8 milhões é o custo total da Festa de Nazaré.

2 milhões de fiéis devem participar da grande procissão de domingo, dia 14. 

R$ 125 milhões é quanto o movimento turístico deve gerar em recursos para a economia local.

(Josiele Soeiro/Diário do Pará)

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