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OUTUBRO ROSA

Silicone não aumenta riscos de câncer de mama, diz médico

Exames pré-operatórios identificam vários indícios de câncer antes da cirurgia e mulheres diagnosticadas após o implante são avaliadas para indicar ou não a retirada para o tratamento

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Imagem ilustrativa da notícia Silicone não aumenta riscos de câncer de mama, diz médico camera Mulheres que possuem próteses de silicone costumam ter um cuidado maior com as mamas | Reprodução/Freepik

O Brasil é o país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo e o implante mamário de prótese de silicone é o procedimento mais procurado pelas mulheres que querem melhorar sua autoestima, não importa a idade. Diante do fato de que o câncer de mama é o mais incidente no mundo (em 2020, foram diagnosticados 2,3 milhões de casos segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer), uma preocupação comum é se o silicone pode aumentar os riscos da doença.

Segundo o cirurgião plástico Danilo Dalul, desde 1960, quando os implantes surgiram, muitas pesquisas foram feitas e mostraram que as próteses não aumentam o risco de câncer de mama.

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“As chances de a paciente desenvolver o câncer de mama são as mesmas com ou sem o implante, inclusive existem alguns estudos mostrando que mulheres com próteses de silicone possuem fator protetor para o câncer de mama porque elas têm um cuidado muito maior do que as que não têm implantes. Elas prestam mais atenção aos seios, identificam alterações e fazem mais o autoexame e se submetem mais aos exames de rotina para a detecção precoce”, diz o médico.

Exames pré-operatórios excluem suspeitas antes da cirurgia plástica

“Quando a paciente vai ser submetida a uma mamoplastia de aumento, uma das maiores preocupações é descartar qualquer indício de um possível câncer de mama. Para isso, realizamos ultrassonografia mamária e, em pacientes com mais de 40 anos, fazemos a mamografia. Em alguns casos podemos fazer também a ressonância magnética e, caso haja suspeitas maiores, a paciente é encaminhada ao mastologista. Com todos esses cuidados é muito difícil que uma paciente com câncer de mama seja submetida a uma mamoplastia de aumento”, argumenta Dalul.

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Mulheres diagnosticadas com câncer precisam retirar a prótese para fazer o tratamento?

Na maioria dos casos, segundo o médico, as pacientes que já têm prótese não têm indicação para a retirada da prótese, principalmente quando as células cancerosas não estão em contato com o implante e quando o implante não vai atrapalhar a técnica de retirada cirúrgica do tumor.

De forma geral, pacientes que têm implantes mamários de silicone não tem indicação de retirada antes do tratamento com a quimioterapia, a não ser que seja um pós-operatório recente, pois a quimioterapia inibe o sistema imunológico e de cicatrização, e talvez por isso o implante pode ser um empecilho ou ser correlacionado a efeitos colaterais.

“Também é preciso avaliar os casos em que há contato da lesão com o implante, ou ele vai atrapalhar a ressecção do câncer, então ele será retirado e substituído por outro que mantenha a reconstrução mamária. Provavelmente, esses dois implantes serão substituídos por implantes específicos para a reconstrução, que são mais complexos e mais voltados para reconstrução mamária de pacientes após retirada de câncer”, finaliza o especialista.

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Linfoma raríssimo tem ligação com as próteses texturizadas

Recentemente, surgiu uma especulação científica sobre a correlação de um linfoma que pode acontecer na cápsula que envolve o implante de silicone no corpo, mas não se trata de um câncer específico de células mamárias.

“O Linfoma Anaplásico de Células Grandes é um câncer bastante raro, mas que geralmente relaciona-se com implantes mamários colocados há muitos anos. Uma das características em que ele se manifesta é o aumento do volume da mama, pelo acúmulo de seroma, o líquido em excesso em volta das próteses”, explica o médico.

Segundo Dalul, nesses casos o tratamento é a retirada do implante mamário, de toda a cápsula que envolve esse implante e de algum tecido que esteja próximo ao tumor. O tratamento normalmente é cirúrgico. No entanto, em 14% das pacientes com metástase linfonodal, ou em 1% com metástase para outros órgãos, a quimioterapia pode ser necessária.

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