Quando o medo de exames se transforma em patologia

Apesar do constante avanço na Medicina, o medo do paciente na hora de fazer um exame diagnóstico, exames clínicos e procedimentos médicos de rotina ainda é um dos grandes obstáculos da área. E se não tratado, esse distúrbio mental pode tornar-se um temor patológico intenso e até incontrolável.

Cerca de 5% dos pacientes simplesmente não fazem os exames indicados pelo especialista em virtude do medo. E nos casos em que ele é bastante intenso, as pessoas evitam visitar os médicos ou fazer os exames indicados pelo especialista em virtude do temor de sentir dor, do desconhecido e inclusive do receio do resultado do exame, o que acaba trazendo sérias complicações de saúde.

O medo, porém, pode desencadear uma série de alterações psíquicas como ansiedade; ou somáticas, como taquicardia, sudoração excessiva, tensão muscular, midríase, distúrbios gastrointestinais e outras próprias de um estado de alerta máximo, secundário a uma descarga de adrenalina e em alguns casos, até desespero.

Embora a tecnologia caminhe a favor da Medicina, segundo especialistas, a síndrome do pânico para a realização de exames é comum e acomete 5% dos pacientes e a ressonância magnética encabeça a lista dos aparelhos, digamos, mais temidos. Na avaliação de Ana Caroline Almeida, clínica médica da Hapvida, um velho ditado pode ajudar a explicar o porquê do medo:"seria a típica frase, 'o que os olhos não vêem, o coração não sente'. Os pacientes preferem negligênciar a saúde, não realizando os exames, obtendo a falsa impressão de que se não apresentam sintomas é porque estão "bem", do que realizar os exames periodicamente e acabar descobrindo algum problema. Associam muito a doença à morte", explicou a especialista.

O MEDO DA DOR

Aparelhos grandes e que limitam o movimento, não assustam menos que as famosas agulhas finas, usadas para realizar exames de punção e segundo Ana Caroline Almeida, existe um público bem específico que constuma literalmente fugir dos exames: "principalmente, homens entre a 3° e 6° década de vida", contou.

Em alguns casos os pacientes choram, ficam nervosos e o medo do resultado também se mistura com o receio do exame e algumas destas reações interferem diretamente no resultado de exames, o que dificulta o diagnóstico preciso e exige nova realização, e a prevenção é sempre a melhor medida. Sobre os exames que devem ser realizados periodicamente, a Dra esclareceu: "Podem realizar os exames básicos de 6 em 6 meses, ou no mínimo anualmente. Mulheres: glicemia, colesterol total e suas frações, triglicerídeos, creatinina (função renal), TGO/TGO (função hepática), TSH/T4 livre (função tireoideana), fezes e urina; e os ginecológicos: colpocitologia oncótica (preventivo) e ultrassonografia transvaginal (ambos, se ja iniciou vida sexual), e a partir dos 40 anos pode-se realizar a mamografia. Homens: todos (com exceção dos ginecológicos) e a partir dos 40 anos, PSA.

COMO VENCER O PROBLEMA

Ana Almeida alerta para a importância de se estar em dia com exames e consultas médicas e a importância da família e dos amigos para vencer o problema. "Pense e reflita sobre seus medos. Deixar de ir ao medico é muito perigoso. Você pode perder esse medo com esforço e ajuda de amigos e familiares. Eles estarão ao seu lado para te ajudar a superar estes desafios e assim poder usufruir de uma melhor qualidade de saúde e vida".

CONHECENDO OS TABUS DA MEDICINA

O jornal DIÁRIO DO PARÁ veicula, a partir do dia 2 de setembro, próxima terça-feira, a série Dr. Responde 2014, que este ano aborda os Tabus da Medicina.

Capa do 1º fascículo da série Dr. Responde, que será veiculado na próima terça-feira (2)

O projeto Dr. Responde está considerando “tabus” doenças associadas a preconceitos, medos, vergonhas da sociedade em lidar com patologias que continuam a fazer vítimas por pura ignorância. O conjunto de temas abordados nos fascículos da série inclui antigos e novos vilões, que afetam a vida de milhares de pessoas. Independente do grau de conhecimento, todos podem ser tratados com sucesso, bastando para isto que se deixe o preconceito de lado.

O DIÁRIO vai organizar estes temas em uma nova e esclarecedora série de suplementos que pode ajudar a mudar a vida de muita gente. Não perca!