Pesquisadores do Laboratório do Sono do Incor (Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP) desenvolveram uma técnica de tratamento do ronco que pode até torná-lo quase imperceptível.
A técnica consiste em exercícios que já eram usados por fonoaudiólogos no tratamento de pacientes com os músculos de cabeça, do pescoço e da língua comprometidos - por causa de uma cirurgia, por exemplo.
São seis exercícios que fortalecem os músculos envolvidos no aparecimento do ronco e da apneia do sono. Basicamente eles envolvem movimentos da língua - como empurrá-la contra o céu da boca e deslizá-la para trás”, do céu da boca e dos músculos da bochecha.
Um dos exercícios é feito durante a alimentação: ao deglutir o paciente apoia a língua no palato (céu da boca). Os pesquisadores do Incor decidiram testar os exercícios em pacientes cuja queixa principal era o ronco.
Foram 39 pacientes, com apneia leve ou moderada ou apenas com ronco primário - aquele ligado ao afrouxamento dos músculos da garganta, entre 20 e 65 anos, de ambos os sexos, que foram divididos em dois grupos: o grupo terapia e o grupo placebo.
Os pacientes do grupo terapia fizeram os seis os exercícios por três meses, todos os dias. Os pacientes do grupo placebo fizeram outros exercícios, para respiração nasal - incapazes de surtir efeitos no ronco e na apneia. Os exercícios eram feitos três vezes por dia, “como uma tarefa”, e os pacientes eram avaliados semanalmente por fonoaudiólogos, conta Vanessa Ieto, autora da pesquisa.
Os exercícios não eliminaram completamente o ronco, mas o volume foi reduzido em 70% dos pacientes, e 35% tiveram redução do total de episódios durante a noite.
A avaliação dos pacientes foi feita por polissonografia, exame que mede uma série de parâmetros fisiológicos durante o sono, e por um gravador, para registrar o número total de roncos por noite. Os pacientes e seus companheiro de quarto também responderam a questionários sobre qualidade do sono. Segundo o último estudo epidemiológico do sono na cidade de São Paulo, em 2007, diz que 33% da população sofre com apneia.
(Diário do Pará)
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