Pesquisadores da Northeastern University de Boston, nos Estados Unidos, dizem que atos de cavalheirismo podem ser considerados machismo "disfarçado" e lançam o alerta: cuidado se você recebe muitas cortesias de homens. As informações são do jornal britânico "Daily Mail".
O estudo foi publicado no periódico de ciências norte-americano "Sex Roles".
Esse tipo de comportamento, classificado como sexista pelo estudo, é mais difícil de ser percebido do que atitudes hostis. E a razão, de acordo com os especialistas, é simples: ações como ceder o casaco em um dia frio ou chamar a parceira de "amor" e "querida" são vistas como galanteio e uma ação paternal e protetora.
A pesquisa constatou que homens cavalheiros tendem a ver as mulheres como incompetentes, frágeis e que, por isso, precisam de mais atenção.
Judith Hall, professora da Universidade, diz que o sexismo benevolente é a reprodução da metáfora do lobo em pele de cordeiro e ajuda a perpetuar a desigualdade de gênero na sociedade.
Em uma experiência com 27 homens e mulheres que não se conheciam, Judith aplicou um jogo de perguntas e respostas para que eles interagissem e, assim, fosse possível analisar suas atitudes. Os homens, que tinham entre 18 e 22 anos, preencheram, também, um questionário sobre ações consideradas sexistas.
Entre as alternativas avaliadas pelos participantes, constavam da lista que as mulheres "tendem a exagerar sobre os problemas do trabalho" e "acreditar que devem ser as primeiras resgatadas em um naufrágio".
Os enquadrados como "sexistas disfarçados" foram mais sorridentes e pacientes durante o contato com as participantes do estudo.
A pesquisa diz, ainda, que os costumes classificados como sexistas "disfarçados" podem ser bem-intencionados, mas que não deixam de ser prejudiciais.
Segundo Jin Goh, co-autor e psicólogo da Northeastern University, homens sexistas benevolentes apreciam as mulheres e estão dispostos a sacrificar-se por elas. No entanto, continuam a vê-las como o sexo mais fraco.
Os críticos da teoria argumentam que não há nada de errado com homens que querem proteger as mulheres. "Para elas, isso é importante. Devemos aceitar e não procurar motivos para acabar com o que é plausível", declara Jill Kirby, escritor de política social, ao "Daily Mail".
(DOL com informações de Daily Mail e Uol)
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