Em busca de praticidade e bem-estar durante o período menstrual, algumas mulheres têm optado pelo uso do coletor menstrual em vez dos tradicionais absorventes higiênicos. Mas o uso ainda pode causar dúvidas, já que muita gente nunca ouviu falar dos coletores, apesar desse tipo de instrumento existir desde a década de 1930. Para quem ainda não sabe do que se trata, o coletor é como um copinho, feito de silicone tratado para prevenir alergias e infecções, que é colocado na entrada da vagina e coleta o fluxo da menstruação por seis ou até doze horas, para que ele seja descartado. O coletor, então, deve ser lavado e higienizado com água e sabão.
A estudante de cinema Laís Rupf, de 19 anos, optou pelo coletor por conta do fluxo de sua menstruação ser muito intenso nos primeiros dias, o que a fazia trocar de absorvente com muita frequência durante o dia, além de ter vazamentos constantes. Ela conheceu o produto por meio de grupos na internet e, já incomodada com os absorventes, resolveu experimentar.
“Melhorou bastante a sensação de bem estar, me sinto sequinha o dia inteiro, sem preocupação com vazamentos por pelo menos quatro ou seis horas, dependendo do fluxo. Então, dá para assistir a uma aula demorada sem precisar ir ao banheiro tranquilamente, ou usar qualquer roupa sem se preocupar se vai marcar ou aparecer nada e o melhor para mim é poder observar como está o fluxo, se tem algo errado”, comenta sobre sua experiência.
A estudante Bruna Rodrigues também optou pelo coletor e no início chegou a estranhar, mas decidiu apostar no produto, que ela considerou ser mais econômico – o custo médio é de R$ 80, mas ele pode durar até 10 anos. Ela conta ainda que não teve mais problemas de saúde causados pelos absorventes, como assaduras e infecções.
“Estranhei e demorei quatro ciclos para me adaptar, porque no começo vazava. Aí eu descobri que eu inseria errado! Depois que aprendi a colocar corretamente não tive mais nenhum problema. Nunca mais quero usar absorvente, pelo menos não na menstruação. Só uso absorvente quando tenho que usar algum creme vaginal, porque nesse caso não dá para substituir pelo coletor”, comenta.
Perfil da consumidora
Pesquisa da marca Fleurity aponta que as regiões Sul e Sudeste são as que concentram o maior número de vendas do produto, consumido por mulheres de 25 a 34 anos (44%).
De acordo com o diretor de marketing da Fleurity, Carlos Dieter, como o produto ainda é relativamente novo no mercado brasileiro – o coletor da marca passou a ser comercializado em 2015 –, era necessário entender o perfil das mulheres que estavam comprando o coletor. “A gente queria mais clareza sobre público consumidor, de onde vem, qual atividade, além disso, abrir os olhos para as regiões Norte e Nordeste”, explica Carlos Dieter.
Quatro benefícios indicados por quem usa:
1- Não faz sujeira: Uma das primeiras perguntas que fazemos quando conhecemos o coletor menstrual é se não faz sujeira. Segundo fabricantes e usuárias, a resposta é não, desde que seja colocado da maneira correta e seja do tamanho indicado
para a mulher.
2- Pouco risco de infecção: Os coletores são feitos de silicone medicinal e hipoalergênico, por isso não agridem o PH vaginal e não deixam que o sangue fique em contato com a pele, ao contrário dos absorventes de algodão, que seriam mais propícios à proliferação de fungos e bactérias. Se higienizado corretamente, o risco de infecção é bem menor.
3- Baixo risco de vazamento: Quando inserido no canal vaginal, o coletor forma uma espécie de vácuo que impede que o sangue menstrual vaze. Para fluxos menos intensos, o uso é indicado por até 12h ininterruptas.
4- Menos odores: Como o coletor não deixa o sangue menstrual em contato com o oxigênio, evita que surjam odores desagradáveis
(Dominik Giusti/Diário do Pará)
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