Pensado para mulheres que precisam tratar problemas hormonais, repor os hormônios que deixaram de ser produzidos naturalmente na menopausa ou buscam um método eficiente de contracepção ou suspensão da menstruação, os implantes ou “chips” hormonais são o resultado de mais de 40 anos de estudo de um médico brasileiro, o professor Elsimar Coutinho, hoje com 86 anos e considerado pela revista “Time” um dos médicos mais revolucionários e influentes do mundo.

Apesar do apelido que receberam, esses “chips” tem o formato de um tubo de quatro centímetros, semipermeável e feito de silicone. Nele, são inseridos até 50mg de seis tipos de hormônio: elcometrina, nomegestrol, gestrinona, estradiol, testosterona e progesterona. Eles podem ser usados de forma isolada ou associados no “chip”, de acordo com a necessidade do paciente. São preferencialmente implantados no subcutâneo da região glútea, custam em média R$ 3 mil, e podem durar de seis meses a um ano.

Em Belém, o médico Adriano Xerfan, pioneiro em oferecer este procedimento na cidade, destaca que os implantes ficaram famosos porque muitas artistas e blogueiras passaram a usá-lo. “É o que tem de mais moderno em contracepção e reposição hormonal”, afirma. Mas não é só por isso que ele se tornou o queridinho delas, e sim pelos seus “efeitos colaterais”, que podem incluir aumento da massa magra e a diminuição da celulite.

Tratamento tem indicação para males como endometriose

De tratamento para a TPM a tornar-se um “chip da beleza” foi um pulo. Mas o médico Adriano Xerfan aponta que o uso de hormônios apenas para um fim estético não é recomendado. Ele destaca o uso da gestrinona, hormônio usado para desenvolver massa muscular. “Muita gente gosta de usar porque dá esse ‘up’, mas ele não deve ser usado só para isso. Cada vez mais, pela divulgação dos implantes, pessoas com esse objetivo estético nos procuram, mas ainda há número maior de pacientes que deseja tratar cólica menstrual, falta de libido, endometriose e repor hormônios pós-menopausa”, diz ele.

Todos os pacientes são avaliados através de exames médicos, laboratoriais e de imagem antes de iniciar o método. Para as mulheres, o tratamento é eficaz, segundo o médico, na preservação da autoestima, sexualidade, lubrificação e saúde vaginal, redução dos calores e do suor, manutenção da musculatura e do brilho da pele, além de amenizar o cansaço, regular o sono e evitar a perda precoce dos cabelos.

No caso dos homens, uma das indicações é no tratamento do Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (Daem), onde a quantidade de testosterona é insuficiente para um adulto saudável, ajudando a combater a baixa autoestima, depressão, fadiga e impotência sexual. “Eu só vejo os prós no uso. O silicone faz com que seja liberado o hormônio de forma programada ao longo do ano. Mulheres que esquecem a medicação ou que costumavam ter efeitos como retenção de líquido e dor de cabeça alegam ter bem menos efeitos colaterais e elogiam a comodidade”, afirma Xerfan.

(laís Azevedo/Diário do Pará)

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